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terça-feira, 17 de maio de 2011

China ampliará investimentos e comércio com Brasil

O ministro de Comércio chinês, Chen Deming (centro), posa com ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota (esquerda) e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, antes de encontro em Brasília.
BRASÍLIA (Reuters) - A China agiu nesta segunda-feira para equilibrar sua desigual relação econômica com o Brasil, dizendo que está aberta a receber mais exportações brasileiras e que empresas chinesas vão aumentar os investimentos no país.
A rápida expansão dos laços comerciais e de investimentos entre esses dois grandes mercados emergentes tem gerado tensões, especialmente de industriais brasileiros, os quais reclamam que as importações baratas da China estão minando sua competitividade.
Pequim tornou-se no ano passado o maior investidor direto no Brasil, mas seus principais alvos estão concentrados nas commodities, em vez de infraestrutura ou áreas de alta tecnologia que poderiam criar mais "empregos inteligentes" desejados pelo Brasil.
O ministro de Comércio chinês, Chen Deming, à frente de uma delegação com mais de 40 empresas em Brasília, disse que as empresas chinesas estão ansiosas para atender a crescente demanda dos consumidores brasileiros.
"Temos a intenção e a vontade de aumentar nossos investimentos em infraestrutura, tecnologias 'verdes', alta tecnologia e turismo. Tivemos discussões mais profundas", afirmou em coletiva de imprensa.
Chen disse que as empresas chinesas estão negociando novos investimentos em torno de 1 bilhão de dólares, incluindo um projeto de 200 milhões de dólares da Sany Heavy Equipment International para abrir uma fábrica no Brasil.
Executivos brasileiros que se encontraram com os membros da comitiva comercial chinesa afirmaram que houve grande interesse em investir na sobrecarregada infraestrutura de portos e de armazenamento de grãos no Brasil, com o objetivo de reduzir os custos das importações chinesas.
A visita de Chen acontece pouco depois de a presidente Dilma Rousseff viajar a Pequim no mês passado. Na ocasião, Dilma ouviu promessas de que a China tentaria comprar mais do Brasil do que matérias-primas como minério de ferro e petróleo.

Exportações para a China devem crescer
Os países assinaram acordos em várias áreas, desde a área de defesa à agricultura, assim como planos para desenvolver infraestrutura conforme o Brasil se prepara para receber a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Dilma retribuiu com promessas de investimentos, incluindo um plano da gigante taiwanesa de eletrônicos Foxconn de investir até 12 bilhões de dólares a fim de dar um salto na produção de produtos da Apple no Brasil. Empresas brasileiras também querem alcançar os mercados chineses com exportações de maior valor agregado.
O Brasil registra superávit comercial com a China, mas apenas por conta das exportações gigantescas de commodities, que responderam por 83 por cento dos produtos exportados no ano passado.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse a jornalistas que o Brasil espera aumentar suas exportações para a China em cerca de 20 por cento neste ano, para além dos 30,8 bilhões de dólares em produtos exportados em 2010.
Pimentou estimou que os investimentos chineses no Brasil chegariam a 8 bilhões de dólares em 2011, queda perante aos 17 bilhões de dólares do ano passado .
Chen disse que as exportações brasileiras para a China "deveriam ser diversificadas" e que a China saudaria um aumento. Mas, numa crítica velada, ele ressaltou que o Brasil precisa se abrir e diversificar sua própria economia para expandir os produtos exportáveis.
"Há grande interesse entre executivos chineses para investir mais no Brasil. É preciso que haja um ambiente favorável ao investimento estrangeiro... Dessa forma, podemos criar mais empregos no Brasil", afirmou.
Elevados custos trabalhistas, impostos e muita burocracia são fatores apontados há tempos como uma barreira aos investimentos no Brasil. A Foxconn ainda busca isenções de impostos e outras concessões do governo brasileiro antes de se comprometer com seu plano de expansão.
(Reportagem adicional de Leornardo Goy e Isabel Versiani)

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