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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Deputados fichas sujas assumem o mandato e criticam STF

A sessão da Câmara que empossou parlamentares barrados antes de a Lei da Ficha Limpa ter sua validade postergada para 2012 foi marcada por críticas ao Judiciário e também à regra que prevê a inelegibilidade de candidatos condenados por órgãos colegiados. Nos discursos de apoio aos deputados que assumem as vagas cinco meses depois do início da atual legislatura, não faltaram ataques à morosidade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em decidir monocraticamente pela diplomação de quem recebeu votos suficientes para se eleger.

Com direito a uma caravana de aliados, a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) assumiu o cargo aplaudida pelos colegas e atacando a atuação da Justiça brasileira. Segundo ela, há entendimentos diferentes sobre os casos e uma punição radical a alguns barrados. “Tanto que meu companheiro, João Capiberibe, eleito senador pela vontade do povo do nosso estado, ainda espera decisão da Justiça para assumir o cargo que lhe é de direito. Houve muita injustiça durante esse processo. Mas o importante é que hoje estou aqui”, disse.

Na avaliação dos deputados presentes ao plenário, o Judiciário tem dois pesos e duas medidas sobre diferentes casos que envolvem políticos. “Quem deveria ser cassado continua aí, exercendo os mandatos livremente. Perseguem gente do bem. Há muitas injustiças. Que Justiça é essa?”, criticou José Stédile (PSB-RS).

“Você foi barrada por R$ 26. E os milhões que se perderam por aí? É um absurdo essa pena que impuseram apenas a alguns”, emendou Carlos Brandão (PSDB-MA), referindo-se à acusação contra Janete, de que ela e o marido teriam comprado dois votos por R$ 26 nas eleições de 2002.

Ao comemorar a chegada de deputados eleitos que foram barrados pela Lei da Ficha Limpa, o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) afirmou que a demora do STF em julgar o caso fez com que muitos políticos fossem prejudicados ao longo da campanha, pois seus adversários lembravam a todo instante que eles tinham a ficha suja e não poderiam assumir os cargos. “É uma pena que a lei tenha sido aprovada e somente este ano o Supremo disse que ela não poderia ser aplicada para a eleição de outubro passado. Nesse intervalo de tempo, muitos companheiros que são bons políticos e poderiam ter conseguido o mandato ficaram prejudicados pelos ataques constantes que sofreram ao longo da campanha. É tudo muito lento.”

Além de Janete Capiberibe, chegam à Câmara dos Deputados João Pizzolatti (PP-SC) e Magda Mofatto (PTB-GO), também enquadrados na Lei da Ficha Limpa, e Nilson Leitão (PSDB-MT). Apesar de não ter sido considerado ficha suja, Leitão se beneficiou dos mais de 2 mil votos dados ao candidato Willian Dias (PTB), que foi barrado e, mesmo depois de liberado, não conseguiu se eleger. Deixaram a Casa, respectivamente, os deputados Professora Marcivânia (PT-AP), Zonta (PP-SC), Delegado Waldir (PSDB-GO) e Ságuas Moraes (PT-MT).

Fonte: Correio braziliense

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