A seca tem ocasionado um grande fluxo de deslocados internos na Somália e muitas escolas, em campos de refugiados ou nos centros urbanos, não têm capacidade de acolher os jovens recém-chegados, informou nesta terça-feira (16/08) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Estima-se que 1,8 milhão de crianças entre 5 e 17 anos de idade não estejam indo à escola no centro e no sul do país africano.
Na capital somali, Mogadíscio, existem 155 escolas para deslocados internos operando, e que recebem cerca de 37 mil estudantes. Com a atual crise da seca, centenas de milhares de novas crianças chegam aos campos de refugiados todos os dias. Muitos dos recém-chegados sofrem de desnutrição aguda, e têm que esperar meses de tratamento médico e nutricional para que possam participar das atividades escolares.
De acordo com a oficial de Educação de Emergência na Somália da UNICEF, Lisa Doherty, é preciso instalar espaços de educação adicionais nas escolas que receberão mais crianças, e também recrutar e treinar novos professores. Ela informou ainda que a Somália tem uma das menores taxas de matrícula do mundo, com menos de 30% das crianças frequentando a escola primária antes da crise.
A Representante do UNICEF na Somália, Rozanne Chorlton, ressaltou que escolas são essenciais para a resposta de emergência, pois oferecem um lugar seguro de aprendizado para as crianças, bem como o acesso a água, saneamento e outros serviços básicos.
O UNICEF afirmou que é preciso que haja um apoio imediato para estabelecer espaços de educação para deslocados internos nas comunidades que os recebem. Eles também precisam de água, saneamento, quites escolares e material de recreação para 435 mil crianças, e incentivos para 5.750 professores.
Estão sendo elaborados planos para fornecer rações de alimentos nas escolas, que vão beneficiar os alunos e suas famílias, além de fornecer incentivo para que as crianças permaneçam na escola, ou que se matriculem pela primeira vez.
(Por Eva Gilliam, UNICEF)
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