Oposição recomeçará coleta de assinaturas para CPI do Dnit

Após a devolução, pela Mesa do Senado, do requerimento para a criação da CPI dos Transportes, a oposição já avisou que recomeçará a coleta de assinaturas. O anúncio da devolução do requerimento foi feito na tarde desta quarta-feira (3) pelo presidente do Senado, José Sarney. A oposição havia conseguido as 27 assinaturas necessárias para que o requerimento fosse lido, criando-se assim a CPI, mas com a retirada do apoio dos senadores João Durval (PDT-BA) e Reditário Cassol (PP-RO), ficaram faltando duas assinaturas.

- Lamentamos profundamente e queremos anunciar que, em que pesem todas as dificuldades, a oposição tem que cumprir o seu dever e vai reiniciar a coleta de assinaturas - avisou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR).

Para o senador, a retirada de assinaturas se deu após operação empreendida pelo governo "na calada da noite". Alvaro Dias acusa o governo de exercer pressão sobre os senadores e de não querer realmente esclarecer os fatos.

- Quando se propala que há, da parte da Presidência da República, a iniciativa de se promover uma limpeza no governo e, quem sabe, mudar o modelo, faz-se um jogo de cena. Isso não é verdadeiro - protestou.

Alvaro Dias disse acreditar que os 25 senadores que mantiveram as assinaturas no requerimento assinarão o novo pedido e manifestou sua esperança de que aliados do governo decidam aderir ao requerimento.

- Certamente, os 25 que mantiveram as suas assinaturas haverão de recolocá-las em novo requerimento. Nós deixaremos esse requerimento à disposição porque entendemos que deva existir, ainda um espaço para indignação entre os aliados do governo - disse.

Além de Reditário Cassol e de João Durval, o senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) havia anunciado a retirada da assinatura. Na tarde desta quarta-feira (3), no entanto, informou que havia decidido manter a assinatura no requerimento para respeitar sua consciência. Ataídes é suplente do senador João Ribeiro, filiado ao PR, partido atingido pelas denúncias de irregularidades dentro do Ministério dos Transportes.

Agência Senado