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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mensagem da Diretora Geral da UNESCO pelo Dia dos Direitos Humanos

Mensagem de Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO, por ocasião do Dia dos Direitos Humanos, 10 dezembro 2011
O ano de 2011 marca uma virada na defesa e na promoção dos direitos humanos. No mundo árabe, milhões de pessoas foram às ruas na Tunísia, no Egito, na Líbia e em outros lugares para assegurar seus direitos e exigir mudanças. Jovens ativistas e cidadãos comuns fizeram o mesmo no Chile, na Grécia e em cidades como Madri, Jerusalém e Nova Iorque, clamando por mais liberdade e igualdade social.

Corajosos homens e mulheres lutam diariamente pela justiça, pela liberdade e pela dignidade e contra a discriminação e a negação de seus direitos. Eles deparam-se contra todas as formas de violência e repressão. Agora, usam a nova mídia para afirmar suas posições e unir-se para que ninguém possa dizer que desconhece a sua luta. Esse dia é uma oportunidade para transmitir sua mensagem e dar apoio a eles. 

A Primavera Árabe nos deu grande esperança. Na verdade, é a nossa maior esperança de avanço democrático desde a queda do Muro de Berlim. Esta esperança não deve ser frustrada. Sabemos que essas mudanças levam tempo. O respeito aos direitos humanos é uma batalha diária, em particular o respeito aos direitos das mulheres, cuja participação feminina nesses atos de resistência civil revelou a sua aspiração por maior autonomia. Seus direitos não mais podem ser pisoteados. Para elas e para  todos os cidadãos que respeitam a justiça,  a Declaração Universal de Direitos Humanos, de 10 dezembro 1948, deve ser roteiro para os próximos anos.

O respeito aos direitos humanos e a exigência de seu livre exercício nos impõem a todos um exame de consciência radical. Quando os direitos humanos retrocedem, as ruas das nossas cidades e nos corredores dos órgãos administrativos, se produz uma regressão universal. Sejam quais forem as circunstâncias ou a complexidade dos desafios que enfrentamos, a observância dos direitos humanos não é negociável. Ele se baseia em uma educação de qualidade que dissemina os valores de tolerância e compreensão. A liberdade de expressão é a pedra angular dessa luta.

No dia 9 dezembro 2011, véspera do Dia dos Direitos Humanos, a UNESCO concederá o Prêmio UNESCO – Madanjeet Singh de Fomento à Tolerância e não Violência a dois notáveis defensores dos direitos humanos: o Sr Khaled Abu Awwad (Palestina) e a Sra Anarkali Honaryar (Afeganistão). Khaled Abu Awwad trabalha para promover a reconciliação entre famílias israelitas e palestinas que perderem parentes e amigos próximos em atos de violência no Oriente Médio. Anarkali Honaryar luta para melhorar as condições das mulheres e dos grupos minoritários no Afeganistão. 

Os direitos humanos pertencem a todos e a cada um de nós e nos unem apesar de nossas diferenças. A aspiração à liberdade e à dignidade é universal e ninguém pode invocar a diversidade cultural para atentar contra ela ou limitar o seu alcance. Essa forte mensagem, que ocupa um lugar central na Declaração Universal da UNESCO sobre Diversidade Cultural, cujo décimo aniversário celebramos este ano, é o nosso guia agora e seguirá sendo durante muito tempo.

Irina Bokova

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