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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Voto comprado com desmatamento


Mais uma maracutaia da bancada ruralista para aprovar o texto que acaba com o Código Florestal foi revelada nesta quarta-feira pelo jornal Folha de SP. Segundo a reportagem, grandes financiadores eleitorais do agronegócio serão beneficiados pela anistia aprovada ontem no Senado, e terão suas multas ambientais suspensas. Grandes companhias injetaram cerca de R$ 15 milhões na campanha de pelo menos 50 parlamentares que participam das discussões do projeto e da votação.
Essa conta foi revelada pelo cruzamento dos autos de infração do Ibama com as doações eleitorais contabilizadas pelos partidos. As contribuições foram feitas em 2010, quando a reforma do Código já estava em discussão na Câmara dos Deputados. O valor é 42% maior que o total doado pelas mesmas empresas na eleição anterior, de 2006.
Entre os senadores que receberam dinheiro dessas empresas e que votaram a favor da proposta ruralista estão Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Wellington Dias (PT-PI) e Delcídio Amaral (PT-MS). Dos deputados, quase todos apoiaram as mudanças no Código. Luiz Carlos Heinze (PP-SC), um dos maiores defensores do projeto, recebeu sozinho R$ 150 mil da empresa SLC Agrícola. Governadores, que têm grande influência sobre as bancadas estaduais, também levaram R$ 4 milhões. Jaques Wagner (PT-BA) e Renato Casagrande (PSB-ES) ficaram com as maiores quantias.
As empresas doadoras foram autuadas num total de R$ 1,6 milhão por irregularidades como destruir vegetação nativa, áreas de preservação permanente, e consumir carvão de mata nativa. As indústrias de celulose ficaram entre as maiores financiadoras do grupo. A Fibria, que tem multas de R$ 946 mil pendentes no Ibama, deu R$ 4,7 milhões às campanhas. Ela tem ainda 50% das ações da Veracel Celulose, multada pela Justiça em R$ 20 milhões e em R$ 390 mil pelo Ibama.
Essas revelações, embora não tão surpreendentes, servem para alertar ainda mais a sociedade sobre o que realmente motiva nossos parlamentares eleitos. Depois da derrubada consumada no Congresso, espera-se agora que a presidente Dilma também se manifeste e tome uma atitude contra a impunidade e as tramóias de seus representantes.

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