Os dados da tragédia
O resultado dessa situação é que nossas crianças atravessam sua vida
educacional como se passassem por um funil: o funil da exclusão e do
atraso. Da exclusão, porque menos de 40% das crianças terminam o
Ensino Médio. Do atraso, porque o potencial de mais de 60% é deixado
para trás, ao longo do caminho educacional. É um funil da exclusão social e da perversão política do Brasil.Nessas condições, o Brasil não se transformará em produtor de capitalconhecimento, em um tempo em que este é o principal gerador de valor e riqueza. Nem reduzirá a desigualdade social, em uma época em que a formação educacional é o vetor da igualdade de oportunidades. A conseqüência dessa tragédia é palpável: o Brasil não tem futuro. Um povo só tem futuro se tratar cada criança como um tesouro a ser formado.
A educação é a mina onde esse tesouro é gerado. A educação é o meio para formar esse tesouro, até transformá-lo em um cidadão capaz de:
a) entender o mundo,
b) deslumbrar-se com suas belezas,
c) indignar-se com suas injustiças e ineficiências,
d) agir para fazê-lo melhor, mais justo, mais belo,
e) ter um ofício que lhe assegure um emprego e os instrumentos para
transformar a realidade.
Quando nasce, cada criança é um tesouro. A escola, a família, a mídia, tudo o que a cerca vão apurando o tesouro, pela educação, fazendo dele um recurso pessoal e social, econômico, cultural, científico, tecnológico, participante, solidário. O futuro de um povo está em como suas crianças são educadas. O futuro de um país tem a cara do seu sistema educacional. No Brasil, a escola pública está em ruínas; as famílias, desarticuladas; os meios de comunicação não têm compromisso com a educação; as cidades
e o meio no qual a criança cresce não são educados, contaminam, não incentivam o educador nem permitem a competição entre os educados.
Trecho da obra A REVOLUÇÃONA EDUCAÇÃO.Escola igual para todos. Sen. Cristovam Buarque
Nenhum comentário:
Postar um comentário