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sábado, 26 de maio de 2012

Desemprego na Juventude


Em todo o mundo, cresce a um forte ritmo o número de pessoas entre 15 e 24 anos sem emprego; a OIT realiza, em Genebra, um fórum sobre o tema e a Rádio ONU conversa com jovens de três continentes que buscam trabalho.
75 milhões de jovens sem trabalho
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
O Fórum de Empregos na Juventude está sendo promovido pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, até esta sexta-feira. A agência afirma que o desemprego afeta 75 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos.
Para ilustrar o impacto da situação, a Rádio ONU conversou com jovens da África, América, e Europa, que têm em comum o fato de estarem desempregados.
Estágios
No Brasil, Henrique Oliveira, estudante de Direito, optou pelos estágios como forma de ter acesso ao mercado de trabalho no Rio de Janeiro.
"Começar é muito complexo porque já exige um investimento grande e arrumar alguma oportunidade no início é muito complicado. Um emprego fixo estável é muito difícil; você não arruma no começo. Então isso é uma coisa que complica muito quando você não tem de onde tirar o investimento inicial. Eu acho que cada vez mais eles exigem uma especialização maior e uma capacitação maior para um cargo que seria teoricamente simples".
Henrique Oliveira diz que, até agora, não foi beneficiado pelo crescimento da economia brasileira.
"Esse negócio de ser uma economia forte, para mim não significa mais empregos e empregos com salários bons. Isso depende de uma distribuição de renda boa."
Emprego Informal
Em Lisboa, Hugo Evangelista vive os efeitos da crise econômica europeia. Ele comenta que o diploma universitário está longe de garantir o sucesso no mercado de trabalho em Portugal.
Crise afeta jovens de todos os continentes
"Eu sou licenciado em Biologia. Tive uma rescisão por justa causa há dois dias, o meu patrão não me pagava há cinco meses. A justificação é que tinha havido um problema financeiro na associação e que estava a ser resolvido. Estou numa situação financeira terrível".
Já em Moçambique, Paulo Bunga trabalha no emprego informal, vendendo roupas nas ruas da capital, Maputo.
"Vendo roupa. Mas, de 1995 a 2003, vendia chocolate e chips. Mas comecei a vender roupa. Não dá para sobreviver. Às vezes as pessoas levam, mas não pagam. Gostaria de encontrar qualquer job (serviço). Já procurei em vários lugares. Desde 1995 nunca trabalhei, mas quero trabalhar, mas não encontro".
Economia Sustentável
A representante da OIT junto à ONU, Telma Viale, fala das implicações sociais, caso a inclusão dos jovens no mercado não seja levada em conta.
"O problema é que este desemprego juvenil está associado com níveis de violência e isto é uma bomba-relógio que já está explodindo em alguns países. Você tem um grupo de jovens que tem um nível de educação. Um nível desmoralizante, podemos dizer e isso é muito perigoso, porque são jovens muito informados, com muita educação e que podem levar à violência social forte".
Para a Organização Internacional do Trabalho, a economia sustentável é uma oportunidade para resolver a questão do desemprego entre os jovens. O tema também será discutido na conferência Rio +20.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*


*Com reportagens de Camilo Freire (Nova York); João Rosário (Lisboa) e  Manuel Matola (Maputo).

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