Poder alemão inventa “geuro” para governar a Grécia - Blog A CRÍTICA

"Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados." (Millôr Fernandes)

Últimas

Post Top Ad

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Poder alemão inventa “geuro” para governar a Grécia


O Deutsche Bank, o maior banco alemão, lançou a ideia de criar o “geuro”, uma espécie de moeda paralela para manter a Grécia na Zona do Euro mas sem “ajuda” da troika no caso de as forças que combatem a austeridade vencerem as próximas eleições.
Poder alemão inventa "geuro" para governar a GréciaO Deutche Bank não lançaria uma ideia deste genero à revelia da chancelaria de Angela Merkel e do Banco Central Europeu, funcionando a iniciativa desde já como mais uma medida no pacote de chantagem sobre os eleitores gregos na perspectiva da consulta de 17 de junho.
A ideia é publicada num “estudo” do Deutsche Bank divulgado na segunda-feira. O “geuro” funcionaria como notas promissórias de dívida pública que poderiam ser colocadas no mercado. Seriam desvalorizáveis em relação ao euro mas, de acordo com o “estudo”, permitiriam ao governo de Atenas ter mais tempo para “aplicar as reformas” e as medidas de austeridade que vem sendo impostas pela troika.
Thomas Mayer, economista chefe do Deutche Bank, declarou ao jornal britânico The Observer que “um tal circuito paralelo poderá ser o mais provável desenvolvimento”, uma vez que a nova “moeda” permitiria à Grécia dinamizar as exportações e “regressar aos mercados”.
O estudo considera ainda que uma pré-condição para que a alegada solução funcione seria que o circuito ficaria restringido aos outros países da Zona Euro e ao FMI e serviria apenas para pagar a dívida grega. Os bancos gregos também necessitariam de “ajuda” e para isso seria criado um “banco mau” europeu.
O economista chefe do Deutsche Bank acrescentou que o fundo de resgate da Zona Euro, o Mecanismo de Estabilidade Financeira, poderia refinanciar os credores da Grécia, “restaurando” a confiança dos mercados, que assim deixariam de retirar o dinheiro dos bancos.
De acordo com este mecanismo, caso os gregos decidam votar mais uma vez, e agora com maior vigor, contra a austeridade, a Grécia não sairia formalmente do euro, a sua soberania econômica (e política) ficaria totalmente dependente de Berlim, os gregos sofreriam os efeitos das desvalorizações e da austeridade enquanto os mercados poderiam gerir a dívida de Atenas de forma a que a sua “confiança” não fosse afetada.
Fonte: BE Internacional
"Dinheiro não falta, falta é vergonha"
"A Europa está armadilhada", denunciou Marisa Matias prante o plenário do Parlamento Europeu, na presença do comissário das Finanças, a propósito dos últimos desenvolvimentos e da cimeira extraordinária de quarta-feira. Estamos numa Europa "refém dos governos e dos interesses financeiros" onde "não há falta de dinheiro, o que há é falta de vergonha".
A dedução da eurodeputada da Esquerda Unitária (GUE/NGL) eleita pelo Bloco de Esquerda resulta especificamente de contradições e de teses defendidas pelos dirigentes europeus.
Quando se diz, como disse o comissário Olli Rehn, que "cada euro gasto na dívida é um euro a menos na criação de emprego, porque se continua então nesta obsessão?", perguntou Marisa Matias.
Ou "quando o senhor comissário diz que o objectivo é manter a Grécia no euro, devemos acreditar em si ou nos srs Barroso e Trichet, que nos últimos dias têm vindo a dizer exactamente o contrário?".
Ou ainda, insistiu a eurodeputada, de que euro se fala, "naquele em que vivemos ou no euro anunciado pelo Deutsche Bank, o geuro, uma espécie de euro de segunda categoria caso a esquerda ganhe as eleições?
Esta é "a armadilha da Europa", denunciou Marisa Matias. "A armadilha de uma Europa refém dos governos e dos interesses financeiros".
"Não deixemos que as pessoas vivam sob o medo", apelou. "A Europa pode ser outra coisa; não há falta de dinheiro, há falta de vergonha".

Marisa Matias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Bottom Ad

Pages