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domingo, 27 de janeiro de 2013

Mais violencia contra indígenas Guarani-Kaiowá


Ignacio Lemus
Dessa vez a vítima foi o Cacique Valdemir Salina, da aldeia indígena Remanso Gwasu, ferido por pistoleiros no dia 17 de janeiro de 2013 a noite, quando estava na sua casa. “Dispararam contra ele com uma arma de fogo, o tiro raspou em seu rosto ele desmaiou.  Logo depois, chegou uma pessoa encapusada e atacou ele, duas vezes pelas costas, mas na aldeia muitos se alarmaram e os pistoleiros finalmente escaparam”, relata Valdelice Verón, líder da aldeia indígena Taquara.
“Justiça, Justiça! Que encontrem os culpados. Se fosse o contrário já tinham saído em busca dos indígenas por todas as aldeias", reclama Valdelice, filha do cacique Marcos Verón, assassinado por 3 pistoleiros a mando do fazendeiro Jacinto Honório da Silva Filho, proprietário da Fazenda Brasília do Sul.
Apesar da presença da Polícia Federal e Força Nacional, nenhuma medida concreta foi tomada, mantendo os indígenas desamparados pelo Estado e seus órgãos e os pistoleiros à solta.
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Não é de hoje
O ataque ao Cacique Valdemir Salina se soma à recente morte do cacique Zezinho da aldeia Laranjeira Nhaderu, atropelado suspeitosamente por uma ambulância; e o assassinato do Cacique Nísio Gomes, da aldeia Guayviry, em novembro de 2011. O corpo de Nísio até hoje não foi encontrado.
Em 9 anos foram assassinadas mais de 273 lideranças Guarani-Kaiowá e salvo raras exceções, os crimes não tem resolução na justiça. As mortes violentas de indígenas se dão no marco de um conflito pela retomada de terras ancestrais e tem como um dos responsáveis o Estado brasileiro. A demarcação e homologação das terras indígenas tem já 2 décadas de atraso, segundo a Constitução do Brasil.
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Encurralados
O genocídio dos Guarani-Kaiowá toma diferentes formas: pelo céu atravessam  aviões que regam com agrotóxicos as terras indígenas. “As crianças tem dores de cabeça e estómago”, reclama Ladio Verón, cacique da Aldeia Taquara. Nas terras indígenas quase não resta espaço para  cultivar, nem caçar, e os recursos estão contaminados pelo uso de agrotóxicos.
As comunidades Guarani-Kaiowá recebem uma cesta básica do Estado Brasilero através da Funai. No entanto, são normais as demoras no envio de alimentos, deixando aldeias sem comida durante dias, especialmente em aquelas que fizeram retomadas de suas terras e não tem apoio da Funai.
Valdelice Verón não fica surpresa pelo novo ataque violento a indígenas Guarani-Kaiowá. Dias antes a liderança tinha alertado sobre disparos contra os carros que transportam indígenas fora das aldeias. Ela exigia: "Não quero mais ver indígenas assassinados!".

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