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domingo, 20 de janeiro de 2013

Rendimentos dos 100 mais ricos acabavam quatro vezes com a pobreza mundial

Os 240.000 milhões de dólares de rendimentos líquidos das 100 pessoas mais ricas do planeta bastariam para acabar quatro vezes com a pobreza extrema mundial, segundo o mais recente relatório da Oxfam. Por Marco Antonio Moreno.
Os 240.000 milhões de dólares de rendimentos líquidos das 100 pessoas mais ricas do planeta bastariam para acabar quatro vezes com a pobreza mundial – Foto de waferbaby/Flickr
A explosão da riqueza e os rendimentos extremos está a exacerbar a desigualdade e a dificultar a capacidade mundial de combater a pobreza, segundo adverte a organização internacional Oxfam num comunicado tornado público a poucos dias do Fórum Económico de Davos, que terá lugar na próxima semana.
Os 240.000 milhões de dólares de rendimentos líquidos das 100 pessoas mais ricas do planeta bastariam para acabar quatro vezes com a pobreza extrema, segundo o relatório ‘The cost of inequality: how wealth and income extremes hurt us all’. (O custo da desigualdade: como a riqueza e os rendimentos extremos nos prejudicam todos). O relatório faz um apelo aos líderes mundiais para conter os rendimentos extremos e que se comprometam à redução da desigualdade, pelo menos até os níveis existentes em 1990.
O 1% das pessoas mais ricas do planeta aumentaram os seus rendimentos em 60% nos últimos 20 anos e a crise financeira só tem acelerado esta tendência, em vez de a reduzir.
O estudo adverte que a riqueza e os rendimentos extremos não só não são éticos, como além disso são economicamente ineficientes, politicamente corrosivos, dividem a sociedade e são destrutivos para o meio ambiente. José María Vera, diretor geral de Intermón Oxfam, afirma que "não podemos continuar a fingir que a geração de riqueza para uns poucos beneficiará o resto - e muitas vezes a realidade é a contrária”. "A concentração de recursos nas mãos do 1% mais rico debilita a atividade económica e torna a vida mais difícil para o resto - particularmente para os mais vulneráveis e os mais pobres".
"Num mundo no qual até os recursos mais básicos, como a terra e o água são cada dia mais escassos, não podemos permitir-nos concentrar ativos nas mãos de uns poucos e deixar a maioria a guerrear pelo que fica." E é que se estima que cada uma das pessoas que integram o seleto grupo do 1% mais rico do planeta utiliza 10.000 vezes mais carbono que um cidadão norte-americano médio.
Como paradigma da tendência contrária encontra-se o Brasil, que tem crescido rapidamente ao mesmo tempo em que reduzia a desigualdade - bem como o sucesso histórico dos Estados Unidos nos anos 30 quando se implantou o New Deal de Roosevelt que ajudou a reduzir a desigualdade e a atalhar os interesses espúrios. Nesta mesma linha manifesta-se Vera e assegura que "precisamos um New Deal global para reverter décadas de incremento da desigualdade. Como primeiro passo os líderes mundiais deveriam comprometer-se formalmente a reduzir a desigualdade para os níveis existentes em 1990".
"Desde paraísos fiscais até débeis leis de emprego, os mais ricos beneficiam de um sistema económico global que está montado a seu favor. É hora de que os nossos líderes mudem o sistema para que funcione no interesse de toda a humanidade em lugar de o fazer para uma elite mundial". Acabar com os paraísos fiscais - que albergam cerca de 32 biliões de dólares (ou um terço da riqueza global) poderia gerar 189.000 milhões de dólares adicionais nas receitas fiscais.
Artigo de Marco Antonio Morenopublicado em Jaque al Neoliberalismo

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