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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Jagunços e Polícia Militar iniciam despejo de Guaranis Kaiowás


Nesta sexta-feira, por volta das 14h, a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul em conjunto com jagunços iniciaram o despejo forçado de cerca de mil indígenas Guarani Kaiowás que ocuparam uma fazenda em protesto contra a morte de Denílson Barbosa, 15, no último domingo.

O confronto está ocorrendo neste momento, já que os indígenas prometem resistir pois a fazenda ocupada está dentro da área indígena de Caarapó. Segundo lideranças Guarani Kaiowás, a PM está com 8 viaturas enquanto os funcionários pagos pelo fazendeiro estão com mais de 20 caminhonetes. Todos armados.

Na quarta-feira, o fazendeiro Orlandino Carneiro Gonçalves, 61, confessou ter disparado tiros na direção onde estava o jovem indígena. Em seu depoimento na Delegacia de Dourados, Orlandino disse que carregou o corpo do indígena e depois o abandonou na estrada. No entanto o fazendeiro saiu pela porta da frente da delegacia e não foi preso.

O coordenador da Funai de Caarapó, Adão Candado, não está no local no momento, pois, segundo ele, teve que acompanhar o depoimento das testemunhas do assassinado no Ministério Público Federal. Ele afirmou que está acompanhando o caso e que as testemunhas estão sofrendo ameaças. Adão disse que Magali Leite Cordeiro, delegada responsável pela investigação – e pela coleta do depoimento de Orladino -, pretende apresentar um relatório em 10 dias.

Apesar de desconfiar da informação do despejo, Adão afirmou que a Polícia Federal e a Força Nacional estão se deslocando para o local. A ocupação já completa alguns dias e até então apenas alguns homens da Força Nacional compareceram e foram embora. Na terça-feira, os funcionários da fazenda tentaram retirar o corpo de Denilson do local, inclusive utilizando armas de fogo.

Os Guarani Kaiowás esperam providências tanto em relação à morte do jovem quanto à resolução da situação daquela terra que a eles pertence.

São Paulo, 22 de fevereiro de 2013

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