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terça-feira, 16 de abril de 2013

Cientistas registam derretimento acelerado na Antártica


Pela primeira vez, investigadores mostram a sensibilidade da cobertura de gelo na Península Antártica ao aumento da temperatura durante o século XX. Artigo de Fernanda B. Müller do Instituto CarbonoBrasil
Imagem: Acampamento dos investigadores na Antártica / BAS – Retirada do site do Instituto CarbonoBrasil
Ao longo dos últimos 50 anos, o aquecimento da Península Antártica tem resultado na aceleração da perda da massa de gelo e na retração e colapso de geleiras, indicam investigações recentes realizadas por especialistas da Universidade Nacional Australiana e do Grupo Britânico de Investigações Antárticas (British Antarctic Survey - BAS).
A principal causa é o derretimento desencadeado no verão, apontam.
“O derretimento do verão é um processo elementar que pensamos ser a causa do enfraquecimento das geleiras ao longo da Península Antártica, levando a uma sucessão de colapsos dramáticos, assim como a aceleração da perda de gelo ao longo da região nos últimos 50 anos”, explicou Robert Mulvaney, investigador do BAS que liderou a expedição de perfuração dos blocos de gelo.
Os investigadores reconstruiram as mudanças na intensidade do derretimento e na temperatura média no norte da Península Antártica desde o ano 1000 D.C., baseados na identificação de camadas visíveis de degelo e estimativas locais de temperatura a partir do conteúdo de deutério presente no gelo na Ilha James Ross.
Durante o último milénio, as condições mais frias, cerca de 1,6º C abaixo da média entre 1981 e 2000, e as menores taxas de derretimento foram registadas entre 1410 e 1460 D.C.
Então, desde o final do século XV, a intensidade de derretimento cresceu progressivamente quase dez vezes, de 0,5% para 4,9%. Porém, os cientistas notaram que esse facto não é registado de forma linear, e ocorreu principalmente desde meados do século XX.
“O derretimento do verão agora está num nível sem precedentes nos últimos mil anos. Concluímos que o gelo na Península Antártica agora está especialmente suscetível a subidas rápidas [no nível] de derretimento e de perda em resposta a aumentos relativamente pequenos na temperatura média”, colocam os investigadores no artigo publicado na edição de domingo do periódico Nature Geoscience.
“Isso significa que a Península Antártica aqueceu num nível onde até mesmo pequenas elevações na temperatura podem levar a um grande aumento no degelo durante o verão”, alertou Nerilie Abram, principal autor do estudo.
Noutras partes da Antártica, como no oeste do continente, o quadro é mais complexo e ainda não está claro que os níveis recentes de derretimento sejam excecionais ou causados por mudanças climáticas antrópicas.
A investigação contribui com novas informações nos esforços internacionais para compreender as causas das mudanças ambientais na Antártica e para se realizar projeções mais precisas sobre a contribuição direta e indireta do continente sobre um aumento global no nível do mar.
Segundo o BAS, esta é a primeira vez que um estudo demonstra a sensibilidade da cobertura de gelo na região ao aumento da temperatura durante o século XX.
Artigo de Fernanda B. Müllerdo Instituto CarbonoBrasil

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