A Escola de Frankfurt se debruçou sobre o tema da emancipação dos seres humanos exatamente por enxergar que em sociedade as ideias formas a conduta dos indivíduos. No Nazismo até mesmo grandes intelectuais daquela Alemanha foram capazes de seguir uma doutrina mais que contrária à humanidade.
Em uma mesma comunidade há os que só de pensarem em cometer um assassínio sentem grande repulsa e há os que podem chegar a sentirem-se mais "fortes" e exuberantes com a prática do crime.
No Município de Araçagi na Paraíba um jovem de 14 anos matou com 15 facadas um vaqueiro e depois comeu a orelha da vítima com cachaça, narrou com "orgulho" como praticara a execução.
“Arranquei para tomar com cana... Comi... é bem docinha.”, disse em entrevista a uma emissora de Rádio.
Um caso como esse no Noticiário policial é explicado apenas como "maldade, mas não se mostra de onde vem essa propensão ao assassínio, por isso que o noticiário policial é inerte, apresenta-se apenas como uma vingança.
Em outro Programa Policial um menor dizia quando perguntado como tinha coragem de assaltar sendo menor: "de menor tem mais atitude do quê um de maior". Isso reflete nas pesquisas sobre a redução da maioridade penal.
Quando diz "de menor tem mais atitude do quê um de maior", ou no caso do que executou o vaqueiro e comeu a orelha da vítima, inconscientemente, exaltam a prática do crime, é como se fosse uma doutrina paralela, o delinquente se satisfaz cometendo o roubo e o assassínio, da mesma forma que um atleta se satisfaz vencendo uma prova olímpica.
“Talvez fosse melhor mudar os costumes do mundo e tornar nosso habitat mais hospitaleiro à dignidade humana, de modo que amadurecer não exigisse o comprometimento da humanidade de uma criança” (Zigmunt Bauman)
A única natureza do noticiário policial é dramatizar, mas o desafio é a luta pela emancipação do homem que se faz enfrentando a própria sociedade. Lia matéria outro dia sobre os baixos índices de violência na Islândia, uma grande explicação para o caso brasileiro, lá 97% da população se diz em um mesmo patamar, quer dizer, a desigualdade social é ínfima.
O único pensamento que estamos criando sobre a violência social é de que precisamos de mais e mais segurança, quando na verdade a grande luta tem que ser contra a própria configuração da sociedade.
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