Feminismo: "Não sou só bunda e peito" - uma reação ao mercado - Blog A CRÍTICA

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terça-feira, 4 de junho de 2013

Feminismo: "Não sou só bunda e peito" - uma reação ao mercado

No século XIX Friedrich Engels previra na sua obra "A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado" que a libertação do sexo feminino ocorreria quando este gênero fosse inserido no trabalho produtivo social, isso faria com quê o trabalho doméstico se transformasse em uma grande empresa pública; Engels deixou a resposta acerca da desescravização da mulher, tornada escrava do sexo masculino no momento em que as tarefas domésticas se tornaram apenas complementares em virtude da supremacia da atividade agrário-pastoril, de fato mesmo em Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre, um conservador, se ver que onde o homem é ainda guerreiro e caçador a mulher tem um papel até mesmo superior, o pernambucano demonstra isso dizendo, inclusive, que a mulher indígena teve um papel inúmeras vezes superior ao do índio masculino na formação do Brasil.

O caminho é esse, não resta dúvidas, inserir-se no trabalho produtivo social. Agora imaginemos  ou observemos essa realidade em que ao invés de se inserir no trabalho produtivo social como agente ativo,  a mulher é transformada em produto, um produto fetichizado, é esse o ambiente de alienação coletiva produzido pela Indústria Cultural nos termos da Escola de Frankfurt.

Uma completa liberdade sexual somente é viável em uma sociedade emancipada, e a crítica feita pelo sociólogo Zigmunt Bauman acerca do "Amor Líquido" não significa nenhum retrocesso ou conservadorismo reacionário; ora, a liquidez de que fala Bauman diz respeito à perda de laços fortes entre os homens, o que não significa ter que defender o casamento monogâmico ad eternum, incompatível entre os homens, mas sim que esse amor liquido é apenas um traço da individualidade consumista seguindo a lógica do próprio mercado, na lógica Bill Gates e Steve Jobs.

Não se chega a liberdade pela simples troca de parceiros e sim pela não submissão a um homem ou ao mercado.

"O dinheiro é a capacidade alienada da humanidade" (Karl Marx) É, nós vivemos mais do que nunca na plena sociedade do dinheiro, capaz de alienar ainda mais a sexualidade humana, já tão retraída pela religião, e produzir um erotismo comercializável sobre o corpo feminino, por isso que vemos nos movimentos feministas cartazes dizendo: "Não sou só bunda e peito".

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