Ação ocorreu após uma manifestação pacífica em Bonsucesso; no momento, cerca de 400 polícias continuam a patrulhar o interior da comunidade. Deputado questiona os objetivos da polícia.
Segundo os moradores, a operação durante a noite também teve uma série de violações de direitos, como invasões de domicílios seguidas de depredações, saques e intimidação de moradores por parte de polícias
A favela Nova Holanda, situada no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, foi alvo de uma operação policial na noite de segunda-feira (25), que resultou em pelo menos 13 mortos e nove feridos. A ação, que envolveu agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Tropa de Choque e da Força Nacional, ocorreu após uma manifestação pacífica em Bonsucesso. A polícia afirma que houve um arrastão durante o protesto.
Cerca de 400 polícias militares, além de equipes da Divisão de Homicídios e da Força Nacional, continuam no interior da Favela Nova Holanda.
Segundo os moradores, a operação durante a noite também teve uma série de violações de direitos, como invasões de domicílios seguidas de depredações, saques e intimidação de moradores por parte de polícias.
Para protestar contra a violência policial, um grupo de moradores do Complexo da Maré fez uma manifestação na pista lateral da Avenida Brasil, sentido zona oeste, na altura da Favela Nova Holanda. Os manifestantes chegaram a deitar-se no chão da via expressa, mas foram dispersados com bombas de efeito moral lançadas por polícias.
Deputado Marcelo Freixo, do PSOL, questiona operação
No plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o deputado estadual Marcelo do PSOL, questionou os objetivos da operação policial.
"Houve, lamentavelmente, a morte de um sargento do BOPE, e o conflito durou a noite inteira desta segunda. Hoje, o número de policiais é enorme e entram cada vez mais. Nós já temos o registro de nove mortes, com fortes suspeitas de haver muito mais. O governo tem que responder qual é o objetivo de manutenção de uma operação como esta: é vingar a morte do policial? É chegar a um número de quantos mortos para dizer que agora o Estado está vingado? Onde se pretende chegar com esta operação?”, disse, afirmando que não é desta maneira que se deve agir. “As principais vítimas da opressão dos tráficos são os moradores da Maré que, agora, ainda têm que conviver com uma grande brutalidade do estado", criticou Marcelo Freixo.
Artigo do Brasil de Fato e discurso de Marcelo Freixo
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