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sábado, 22 de junho de 2013

Reino Unido espia comunicações eletrônicas em larga escala

Uma investigação do jornal Guardian confirma que a agência de espionagem britânica consegue recolher e processar boa parte das chamadas telefónicas, emails, redes sociais e o histórico de navegação na internet em todo o mundo. Uma das fontes foi Edward Snowden, o ex-espião procurado pela justiça dos EUA.
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Sede do Government Communications Headquarters, a agência britânica que viu agora revelado o programa de espionagem das comunicações entre milhões de pessoas. Foto Defence Images/Flickr
A investigação revela que a agência de espionagem britânica GCHQ (Government Communications Headquarters) tem um programa de escutas dos cabos de fibra ótica através dos quais passa boa parte da informação que circula no planeta. Há poucas semanas tinha sido revelado o programa PRISM, lançado em 2007 pela agência de espionagem norte-americana NSA para aceder ao conteúdo dos emails e o histórico de navegação na internet e redes sociais, em servidores como os da Google, Facebook, Yahoo, Apple, Microsoft, entre outras. Mas tudo indica que a quantidade de informação recolhida pela agência britânica é ainda superior à da NSA.
Os dois casos foram revelados pelo ex-espião da NSA Edward Snowden, que saiu dos Estados Unidos para Hong Kong após revelar o uso discricionário da vigilância sobre os cidadãos através de um autêntico "big brother" mantido até agora em segredo. No caso britânico, o programa de vigilância teve início em 2008 e contou sempre com a colaboração da NSA. Dois anos depois, revela o Guardian, a agência britânica já se gabava de ter "o maior acesso à internet" dos "Cinco Olhos" - como é conhecido o acordo de cooperação de espionagem entre o Reino Unido, EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
O Guardian revela que o programa britânico de vigilância, intitulado Tempora, já tem a capacidade de armazenar durante 30 dias todas as comunicações recolhidas, dados que são partilhados em seguida com a NSA. Segundo os cálculos do jornal, cerca de 850 mil agentes - tanto da NSA como de agências de segurança privadas norte-americanas credenciadas para aceder a informação secreta - tenham possibilidade de aceder à informação recolhida. No ano passado, o GCHQ recolhia diariamente uma média de 600 milhões de chamadas telefónicas e o tráfego de 200 cabos de fibra ótica, sendo capaz de processar pelo menos 46 ao mesmo tempo.
As revelações dos programas secretos de vigilância levantam o debate sobre os limites legais à invasão da privacidade a milhões de cidadãos que não são suspeitos de nenhum crime, tendo em conta que boa parte da legislação foi feita sem ter em conta o uso cada vez mais generalizado da internet na vida quotidiana de muitas pessoas, ou seja, tem "alçapões" que permitem todo o tipo de abuso.
Estados Unidos já pediram a Hong Kong para prender Snowden
Esta sexta-feira foi conhecida a existência de um pedido da justiça norte-americana para a detenção preventiva do antigo espião Edward Snowden em Hong Kong. Segundo o Washington Post, os EUA têm dois meses para redigir a acusação pelos crimes de roubo de bens do governo, comunicação de informação de defesa nacional sem autorização e comunicação de informações secretas a pessoas não-autorizadas. O jornal diz que o próximo passo será negociar a extradição com as autoridades de Hong Kong, alegando que Snowden cometeu um crime político, uma das exceções previstas no acordo sobre extradições entre os dois teritórios.
O destino de Snowden ainda é incerto, com a Wikileaks a pressionar o governo da Islândia para dar asilo político ao antigo funcionário da NSA. Um empresário islandês ligado à organização de Julian Assange afirmou ter um avião na China pronto para transportar Snowden assim que o governo de Reiquiavique  dê luz verde à operação. 

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