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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Alterações climáticas poderão ter causado colapso das civilizações do Mediterrâneo

O mistério persiste há séculos e os vestígios do colapso das civilizações do Mediterrâneo oriental só recentemente começaram a ser estudados. Um estudo de investigadores franceses dá mais pistas para entender o que realmente se passou há 3200 anos na região hoje ocupada por gregos, egípcios, turcos, cipriotas, israelitas e palestinos.
Os investigadores analisaram grãos de pólen de sedimentos dos lagos de Larnaca, no Chipre. Foto Michal Osmenda/Flickr
As civilizações do Mediterrâneo oriental desapareceram no final da Idade do Bronze, por volta de 1200 AC, mas as razões do colapso sempre foram tema para todo o tipo de especulações. Algumas inscrições egípcias retratavam as invasões dos "Povos do Mar" no Delta do Nilo, na costa turca e nas regiões da Síria e da Palestina, marcadas pela fome nas cidades e o abandono dos campos. Mas o estudo publicado este mês pela equipa liderada por David Kaniewski, da Universidade Paul Sabatier, em Toulouse, analisou os dados paleoclimáticos na região do Chipre, combinando-os com a análise de grãos de pólen derivados de sedimentos dos lagos de Larnaca.
O resultado das análises permitiu aos investigadores descobrir a existência de um período de frio e seca naquela região, que terá durado trezentos anos, com consequências devastadoras para a vida de comunidades até então prósperas, devido à localização estratégica para as rotas comerciais. Esses lagos, que antes serviam a atividade portuária, foram secando até se tornarem salgados. Com a morte das plantações, a fome alastrou e deu origem às guerras, com as invasões a arrasarem o que sobrou dessas civilizações.
"Ao combinar dados da costa cipriota e síria, este estudo mostra que a crise da Idade do Bronze tardia coincidiu com o começo de uma seca de cerca de 300 anos há 3200 anos atrás", aponta a conclusão do estudo "Raízes ambientais da crise da Idade do Bronze tardia". "Esta alteração do clima provocou fracassos nas colheitas, morte e fome, que terão precipitado ou apressado as crises socio-económicas e obrigaram às migrações humanas na região" do Mediterrâneo oriental e do sudoeste asiático, conclui o estudo.

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