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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Honduras: empresa acusada de forçar trabalhadores a usar fraldas

Fábrica de componentes automóveis de capital norte-americano e coreano só permitia ir uma vez à casa de banho numa jornada de nove horas de trabalho na linha de montagem. Empresa foi multada cinco vezes por não autorizar a entrada dos inspetores do trabalho. A multa foi de 188 euros.

Esquerda.net
Operárias na linha de montagem: nove horas de jornada e só uma ida ao banheiro.

O secretário-geral da CGT de Honduras, Daniel Durón, denunciou que a empresa Kyungshin-Lear Honduras Electrical Distribution Systems, uma “maquiladora” que fabrica componentes automóveis para veículos Hyundai e Kia, força os seus trabalhadores a usar fraldas para pouparem o tempo de ir à casa de banho.

A empresa, de capitais norte-americanos e coreanos, com sede em Michigan, emprega 3.500 pessoas em Tegucigalpa. Depois da denúncia, 30 inspetores do Ministério de Trabalho de Honduras encontravam-se na terça-feira nas instalações da empresa “para verificar a denúncia".

De acordo com a agência AP, o ministro do Trabalho, Jorge Bográn, disse que foi dado à empresa o prazo até sexta-feira para que reconheça ao sindicato de trabalhadores, coisa que ainda não aconteceu, e esclareça a situação". A empresa existe em Honduras há dez anos.

Maria Centeno, despedida em abril depois de sete anos e meio de trabalho na companhia e membro da Central Geral do Trabalho, disse à Associated Press que "desde o primeiro dia... os trabalhadores dessa empresa são expostos a violações de seus direitos laborais e humanos".

Centeno denunciou que "numa jornada de trabalho de nove horas paradas numa linha de montagem só nos era permitia ir ao sanitário uma vez por dia, de tarde, e nós mesmas decidimos pagar fraldas para evacuar os nossos líquidos e lidar com a situação que tem ver com a nossa menstruação".

A trabalhadora também explicou que os empregados "viam negado o direito ao descanso... e não nos pagavam as férias nem as horas extras".

Daniel Turón, da CGT, disse à AP que "após dois anos de tentativas de sindicalizar os trabalhadores e receber relatórios das violações aos direitos humanos que sofrem... decidimos expor este escândalo para que dos Estados Unidos mandem uma mensagem à empresa".

O representante legal da companhia, Edgardo Dumas, disse em declarações à rádio que "as acusações dos trabalhadores e do Ministério de Trabalho são falsas" e acrescentou que têm a documentação para o demonstrar. E ameaçou: "o governo pretende que a empresa abandone o país".

Já o chefe da Inspeção do Trabalho, denunciou que "tentaram inspecionar a empresa e verificar as denúncias em pelo menos cinco ocasiões no último ano e os inspetores de trabalho não foram autorizados até hoje a entrar nas suas instalações".

Martínez também explicou que "esta empresa foi multada em cinco ocasiões com o montante máximo que permite a lei por impedir uma inspeção de trabalho: 5.000 lempiras" (uns 188 euros).

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