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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Aquecimento global está diretamente ligado aos desastres naturais

Estudo conduzido por 18 equipas de investigadores concluiu que alguns dos fenômenos climáticos mais devastadores do ano passado muito provavelmente só aconteceram devido ao aumento das temperaturas e do nível dos oceanos, incluindo a enorme tempestade Sandy.
Temporal no Montana (EUA), 2010, foto de Sean Heavey.
É um grande desafio para climatologistas atribuir as causas de qualquer evento climático, já que são fenômenos compostos por uma miríade de fatores. Por isso, está a chamar bastante atenção um estudo divulgado esta semana responsabilizando de forma direta os efeitos do aquecimento global por muitos dos desastres ocorridos em 2012.
O trabalho, publicado como suplemento do Boletim da Sociedade Americana de Meteorologia, é resultado dos esforços de 18 equipas de investigadores liderados pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e pelo Met Office, o serviço meteorológico britânico.
“Temos novas evidências de que a influência humana alterou o risco [de eventos extremos] em uma intensidade suficiente que já pode ser detetada”, afirmou Peter Stott, do Met Office, e um dos principais autores do estudo.
Ao conduzirem milhares de simulações em modelos computacionais, as diferentes equipas de investigação envolvidas no trabalho conseguiram avaliar como efeitos conhecidos do aquecimento global, como o aumento das temperaturas, do nível do mar e alterações na umidade, influenciaram os eventos climáticos do ano passado.
Entre os fenômenos que puderam ser diretamente relacionados à ação humana no clima estão: a enorme tempestade Sandy, a diminuição do gelo marinho no Ártico, a seca na península Ibérica e as chuvas intensas na Austrália e Nova Zelândia.
Porém, alguns eventos extremos não teriam sido resultado do aquecimento global, e sim de variações naturais no clima da Terra: a seca nos Estados Unidos, as ondas de calor na Europa, a seca no Quênia e na Somália, enchentes no norte da China e tempestades no Japão.
No entanto, os investigadores destacam que isso não significa que esses fenômenos não foram consequência das mudanças climáticas, apenas que não foi possível provar isso.
“Cientistas de todo o planeta avaliam uma grande variedade de fatores potenciais que contribuem para esses eventos. Entender a influência de cada um deles nos ajudará a compreender porque os extremos climáticos estão se transformando”, disse Thomas Peterson, da NOAA, e coautor do estudo.
Com relação à tempestade Sandy, que assolou a costa leste norte-americana em outubro do ano passado, o estudo aponta que o aumento do nível do mar dobrou a probabilidade anual de que enchentes acontecessem em Nova York desde 1950. Os oceanos teriam avançado 1,7 milímetro por ano entre 1901 a 2010.
Os pesquisadores acreditam que, dependendo do aumento do nível do mar até o fim do século, partes do nordeste dos Estados Unidos serão inundadas pelo menos uma vez por ano, porque mesmo tempestades muito mais fracas que o Sandy serão capazes de resultar em enchentes semelhantes às vistas em 2012.
“Este relatório aumenta a capacidade da ciência climática de analisar a complexidade dos fenômenos e compreender o papel do fatores induzidos pela ação do homem e pela variação natural nos eventos extremos. No entanto, determinar a causas de um único acontecimento é ainda um grande desafio”, afirmou Thomas R. Karl, diretor do Centro de Dados Climáticos da NOAA.
Ainda neste mês, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) vai apresentar seu novo relatório, que vai indicar que a confiança de que as atividades humanas estão resultando no aquecimento global é, entre climatologistas, de 95%.
 

Artigo publicado no portal do Instituto Carbono Brasil

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