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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Crianças sírias refugiadas no Egito denunciam maus tratos

O governo egípcio estima que haja um total de 300 mil sírios no país. Destes, muitos estão a sofrer com uma súbita onda de xenofobia iniciada depois da deposição de Mohamed Morsi, a 3 de julho. Vídeo mostra crianças sírias refugiadas no Egito a denunciarem maus tratos. Artigo publicado no portal Opera Mundi.
Foto EPA/JAMAL NASRALLAH.

Segundo dados da Acnur (Agência da ONU para Refugiados), atualizados nesta segunda feira, o número de refugiados sírios ultrapassou os dois milhões, sendo que mais de 111 mil “pessoas de interesse” estão no Egito. O governo egípcio, entretanto, estima que haja um total de 300 mil sírios no país. Destes, muitos estão a sofrer com uma súbita onda de xenofobia iniciada depois da deposição de Mohamed Morsi, a 3 de julho.
Denúncias sobre os maus tratos aos refugiados sírios já foram feitas pelo jornal britânico The Guardian e pela rede Al Jazeera, com base em informações da organização de direitos humanos Human Rights Watch. Agora, um vídeo intitulado Syrians Facing Harassment in Egypt (sírios enfrentam assédio no Egito) mostra o problema sob um ângulo mais delicado: o das crianças.
O vídeo faz parte da campanha do movimento Aazer (palavra árabe que quer dizer “vá e ajude alguém”, segundo o site do grupo) pelo fim da perseguição aos sírios no Egito. O tema é a situação de crianças como Mahmoud, cujos amigos não brincam mais com ele por causa de sua nacionalidade síria, e Ahmad, cujo pai foi preso por autoridades egípcias que invadiram a sua casa sem motivo aparente.
Segundo o Aazer, tanto o novo governo do Egito como os media do país lançaram uma campanha xenófoba contra os refugiados sírios desde a deposição de Morsi e, como resultado, estes estão a ser usados como “bodes expiatórios para os problemas domésticos do Egito”. O grupo criou uma petição contra a perseguição dos refugiados com o objetivo de conseguir 10 mil assinaturas.
De acordo com o Human Rights Watch, a polícia egípcia chegou a prender de uma vez só 72 homens e nove meninos, incluindo requerentes de asilo registados e pelo menos nove com vistos válidos ou permissões de residência. Pelo menos 14 destes foram ameaçados com deportação. OGuardian diz que o motivo é que os sírios estão a ser injustamente associados à Irmandade Muçulmana do Egito.
O Aazer também reclama das dificuldades estabelecidas pelo governo interino para a entrada de sírios no Egito. Durante o governo de Morsi, não eram necessários vistos, enquanto agora milhares de pessoas vindas da Síria são detidas nos aeroportos por falta desses documentos.
“O governo interino e as autoridades egípcias devem parar imediatamente de utilizar civis sírios como peões na política interna do Egito”, diz a página da campanha do Aazer. Entre as reivindicações da petição constam “o fim imediato da detenção de crianças sírias e a libertação de qualquer criança que esteja detida”, “tratamento seguro e humano para sírios no processo de renovação dos documentos oficiais” e “investigação imediata de apresentadores dos media que incitaram contra os sírios”.
A Acnur pediu às autoridades egípcias para que cessem as deportações e para que o Egito continue a proteger os refugiados provenientes da Síria. A campanha xenófoba, entretanto, até agora não foi interrompida.

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