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domingo, 1 de setembro de 2013

Exploração do gás de xisto traz problemas ambientais aos norte-americanos

A fratura hidráulica, ou fracking, processo que consiste na utilização de água sob altíssima pressão para extração de gás xisto, está a trazer diversos problemas ambientais para os Estados Unidos, obtendo a oposição de diversos grupos ambientalistas e da sociedade civil. Por Jéssica Lipinski do Instituto CarbonoBrasil
Nesta terça-feira, 28 de agosto, foi publicado um estudo do Serviço Geológico dos EUA e do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA que afirma que os fluidos que derramam do processo estão a causar a morte de diversas espécies aquáticas na região de Acorn Fork, no estado do Kentucky.
Segundo a investigação, os fluidos da fratura hidráulica prejudicam a qualidade da água a ponto de os peixes desenvolverem lesões nas guelras e sofrerem danos no fígado e no baço. O fracking também fez com que o pH da água diminuísse de 7,5 para 5,6, o que significa que água se tornou mais ácida.
Além disso, o processo aumentou a condutividade da água de 200 para 35 mil microsiemens por centímetro, devido aos níveis elevados de metais como ferro, alumínio e outros elementos dissolvidos na água.
Os efeitos da fratura hidráulica foram observados especialmente na população local de Blackside Dace, um peixe que pode ser encontrado apenas nos Estados Unidos e que se encontra na lista de espécies ameaçadas dos EUA desde 1987.
No estado da Califórnia, o fracking também está a trazer transtorno à população. Tanto que uma coligação de 100 grupos ambientalistas e da sociedade civil acusa a legislação do processo, recém aprovada pelo Senado norte-americano, de ser muito fraca, e pede para que o governador californiano Jerry Brown suspenda a prática imediatamente.
“A verdade é que não há forma comprovada de proteger a Califórnia do fracking além de proibir essa prática inerentemente perigosa”, escreveram os grupos numa carta enviada a Brown. De acordo com eles, o conjunto de leis “permitiria que as operações de fracking poluíssem permanentemente grandes quantidades da preciosa água da Califórnia.”
Contudo, o governador acredita que, se feito com segurança, o processo pode trazer grandes ganhos económicos para o estado. “Tenho que equilibrar meu forte compromisso de lidar com as mudanças climáticas e as energias renováveis com o que pode ser uma oportunidade económica fabulosa”, colocou ele. Ainda assim, Brown não tomou uma posição pública sobre o projeto de lei.
E essas não são as únicas ameaças que a fratura hidráulica pode apresentar aos Estados Unidos. Um novo estudo publicado no começo desta semana no periódico Journal of Geophysical Research: Solid Earth reforça a ligação entre a exploração de gás de xisto e terremotos.
Conforme a investigação, pelo menos 109 terremotos foram registados na cidade de Youngstown, no estado norte-americano de Ohio, em um período de apenas 14 meses. Os fenómenos teriam começado somente 13 dias após o início da exploração do gás de xisto na região. Nos últimos meses, outros trabalhos também defenderam a relação entre a fratura hidráulica e a ocorrência de terremotos.
Artigo de Jéssica Lipinski do Instituto CarbonoBrasil

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