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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O ópio dos valores

A comparação com a explicação religiosa dada ao homem sobre si mesmo e sobre a natureza foi comparada por muitos filósofos com os efeitos de narcóticos, sendo muito conhecida a frase de Karl Marx "A religião é o ópio do povo". Claro que esses filósofos não eram intolerantes e nem pregavam a perseguição religiosa, aliás os que fazem ou fizeram essa perseguição já estavam sobre os mesmos efeitos,  o que eles enxergavam e faziam crítica era sobre essa consciência entregue aos valores fechados da religião, chamada por alguns, como Feuerbach, de "alienação" ou superstição, como Espinosa.

No livro "A Cidade Antiga" Fustel de Coulangens destaca que na antiguidade praticamente toda a vida humana era controlada pela religião, e nem tanto falando, sobre um poder material que pudesse exercer por estar ligada ao estado, mas sim na consciência individual; a seguir essa análise na vida de um romano antigo.

"Cada uma de suas ações diárias é um rito: todo o sei dia pertence à religião. De manhã e à noite, o romano invoca o seu fogo sagrado, seus penates e seus ancestrais e, tanto ao sair de sua casa como ao tornar a ela, dirige-lhes sempre uma oração." (Fustel de Coulanges - A Cidade Antiga).

O Grande tema da filosofia refere-se à emancipação, emancipar o humano seria um reconhecimento universal, um desprendimento de valores ligados a determinada ideologia. Os homens criam os valores e se tornam escravos deles, como diria Nietzsche, gera a intolerância e os ódios de grupo.

O argentino Mattioli Cereijido Marcelino fez uma comparação entre o que considera  um "analfabeto científico", de Primeiro e um de Terceiro Mundo, diz ele:

"O analfabeto científico do Primeiro Mundo , que pode ser um bilionário, de repente, tem um filho que morreu de leucemia, ou tem uma esposa que está ficando cega, e põe o dinheiro para uma fundação para promover e financiar a pesquisa sobre a leucemia e cegueira. O terceiro irá fazer uma promessa à Virgem de Guadalupe, ou o Cristo de Chalma".

Dessa forma ele colocou em lados opostos mas sob o mesmo problema o tema da emancipação, no Primeiro Mundo há mais tempo sobre os efeitos das descobertas científicas e uma educação mais abrangente se ver  subemergido  nos dizeres de especialistas ou da Indústria Cultural, enquanto que nos países ainda atrasados cientificamente encontram na religião o consolo , em países como o Brasil vemos a força dos pastores neopetencostais, com um poder midiático, inclusive, cada vez maior.

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