Procuradores de Salerno, no Sul da Itália, anunciaram, esta terça feira, que foi emitido um mandato de prisão em nome do monsenhor Nunzio Scarano por suspeitas de lavagem de dinheiro e falso testemunho.
O ex contabilista da Administração do Património da Sede Apostólica (APSA), suspenso do cargo em maio de 2013, é acusado de “utilizar contas offshore para canalizar milhares de euros em falsas doações através das suas contas” no Instituto para as Obras da Religião (IOR), o banco do Vaticano, segundo o The Guardian.
Além de Nunzio Scarano, foram ainda alvo de mandatos de prisão o padre Luigi Noli, de Salerno, e um notário. As autoridades italianas apreenderam alguns imóveis e bloquearam contas correntes em bancos italianos, onde se encontravam depositados 6 milhões de euros. Cinquenta e duas outras pessoas estão a ser investigadas no âmbito deste processo.
O ex contabilista da APSA já se encontrava em prisão domiciliária desde junho de 2013, acusado de pagar 400 mil euros para trazer 20 milhões da Suíça para os seus amigos no Vaticano, a bordo de um avião privado (ler artigo Vaticano: polícia italiana faz detenções por lavagem de dinheiro).
Vaticano ocupa 8º lugar global em lavagem de dinheiro
Segundo uma pesquisa realizada pela rede de organizações sociais francesas Voltaire, com base em dados fornecidos por autoridades alemãs e suíças, em 2012, o Vaticano, lavou cerca de 24,6 mil milhões de euros (ler artigo: Vaticano ocupa 8º lugar global em lavagem de dinheiro).
O Vaticano conseguiu deixar para trás, em matéria de lavagem de dinheiro - oriundo da sonegação de impostos, da obtenção de lucros ilícitos, do tráfico de armas e de drogas, entre outras fontes criminosas - países como a Suíça, Bahamas, Liechtenstein, Nauru e as Ilhas Maurício.
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