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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

OIT prevê mais 13 milhões de desempregados até 2018

As políticas de austeridade e a precarização do trabalho são chumbadas no relatório "Tendências Mundiais do Emprego 2014" agora divulgado pela Organização Internacional do Trabalho.
Com as políticas atuais, o mundo está condenado a ver o desemprego aumentar, diz a OIT. Foto Paulete Matos
O relatório “Tendências Mundiais do Emprego 2014 - Risco de uma recuperação sem criação de emprego?” (disponível aqui em inglês) afirma logo no prefácio do dirigente da OIT Raymond Torres que “o sistema financeiro continua a ser o calcanhar de Aquiles da economia mundial”, com o limitado acesso ao crédito por parte das pequenas empresas e a criação de novas bolhas financeiras em várias economias avançadas e emergentes.  
O desemprego global aumentou 5 milhões de pessoas em 2013, para um total de 202 milhões, aos quais se deverão juntar mais 13 milhões até 2018, atingindo um total de 215 milhões de desempregados no mundo, prevê a OIT. As previsões de criação de 40 milhões de empregos daqui até 2018 ficam aquém do número de pessoas que entram no mercado de trabalho a cada ano que passa. A OIT prevê ainda que o desemprego mundial, que hoje ronda os 6%, se mantenha acima dos níveis registados antes da crise financeira de 2008.
Para a OIT, os jovens têm sido as principais vítimas do fraco desempenho das economias, calculando-se agora em 74.5 milhões de pessoas entre os 15 e os 24 anos que estão no desemprego, mais um milhão do que em 2012. No desemprego de longa duração, a OIT destaca os 23 milhões de desempregados que desistiram de procurar emprego em 2013.
O desacelerar da diminuição do número de trabalhadores pobres registada na última década é outro dos destaques do relatório, ao contabilizar 839 milhões de trabalhadores a viver com menos de 1,5 euros por dia, ou seja, ainda mais de um quarto do total de trabalhadores no mundo. A redução deste número em 2013 foi de 2,7%, a mais baixa da última década à exceção do ano que se seguiu ao início da crise.
A OIT critica ainda a resposta à crise nos países avançados, nomeadamente a política monetária que deu mais liquidez aos mercados financeiros do que à economia real. “Isto está a gerar o risco de futuras bolhas especulativas nas ações ou no imobiliário”, que travarão de novo a recuperação do emprego nesses países. Em alternativa, propõe destinar mais recursos públicos e reorientar as políticas macroeconómicas para a criação de emprego.
No que respeita ao risco de pobreza e exclusão na União Europeia, a OIT aponta pela negativa que “a deterioração foi especialmente dramática” em Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha. No sentido inverso, o relatório sublinha que a Alemanha, Áustria e países nórdicos parecem “isolados do impacto social e político da crise”.

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