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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Relatório sobre os “super-ricos” apresentado em Davos

O Transnational Institute aproveitou a presença da elite financeira mundial para lançar o relatório “Estado do Poder 2014”, com infografias e ensaios a desvelar o poder político-financeiro no planeta.
Capa do relatório lançado pelo Transnational Institute
Sabia que a fortuna das cem pessoas mais ricas do planeta daria para financiar o ensino primário e secundário universal nos próximos nove anos? Ou que um trabalhador britânico com um rendimento mínimo de subsistência teria de trabalhar 792.801 anos para conseguir atingir o rendimento médio desses cem bilionários? Estes e outros números são apresentados numa das infogradias do relatório “O Estado do Poder 2014” (disponível aqui em inglês) do Transnational Institute (TNI).
O TNI acredita que teremos poucas esperanças de atingir a justiça social e ambiental “a menos que conheçamos as elites que controlam as nossas riquezas e recursos, compreendamos como elas influenciam os processos políticos e sociais através dos quais mantêm o seu poder”, diz Nick Buxton, o editor do relatório, na sua introdução.
Para além das infografias, este relatório inclui ensaios da sua presidente Susan George e outros autores, em colaboração com um projeto semelhante promovido pelo portal Occupy.com. O TNI chama a atenção para a forma como “o poder se esconde” - “os camponeses que perdem a terra ou cujo rio fica contaminado podem desconhecer o nome do dono ou da companhia que os ameaça. Certamente não saberão o nome das transnacionais que compram os minérios, o dos políticos que assinaram as leis e acordos que permitem a sua extração, ou o dos grupos de lóbi que conseguiram fazer avançar esses negócios”, prossegue o editor.
O relatório mostra ainda como as companhias transnacionais – em particular as ligadas à banca, petróleo e gás – ganharam bastante com os últimos anos de crise, enquanto os cidadãos em geral perderam muito. “Apesar da sua responsabilidade pelas crises financeira e climática, os resgates e “pacotes de austeridade” servem para beneficiar esses 0,001% e espremer os rendimentos aos restantes 99%, que sofrem ainda mais pressão”, afirmou Brid Brennan na apresentação do relatório em Davos.
“Um estudo sobre 43 mil empresas mostrou que menos de 1%, sobretudo bancos, controlam as ações de 40% dos negócios a nível global. Isto não só é injusto, como demonstra bem a vulnerabilidade do sistema,” acrescentou a ativista, lembrando que nos últimos cinco anos a quase totalidade das maiores empresas mundiais foi acusada ou condenada por lavagem de dinheiro, fraude, subornos ou espionagem. “Isto não é sobre o bem e o mal: é sobre uma estrutura de poder e impunidade baseada na ideia de que o lucro empresarial pode ignorar, camuflar ou esconder deliberadamente todos os custos sociais e ambientais das suas operações”, resumiu Brid Brennan.

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