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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Equador: direita vence nas três principais cidades

A oposição de direita venceu as eleições municipais para as três principais cidades: Quito, Guayaquil e Cuenca. O presidente Rafael Correa reconheceu "o importante revés na capital, algo que será preciso analisar". No país, a soma dos votos totais foi favorável ao governo do presidente Correa.
A oposição de direita venceu as eleições deste domingo (23/02) para os municípios de Quito, Guayaquil e Cuenca -- as três principais cidades do Equador -- o que representa um revés para o presidente Rafael Correa desde a sua chegada ao poder, em 2007. De acordo com o ministro equatoriano dos Negócios Estrangeiros, Ricardo Patiño, a soma dos votos totais foi, porém, favorável ao governo.
Em Quito, cidade de 2,2 milhões de habitantes, o opositor Mauricio Rodas, de 39 anos, obteve 58% dos votos, contra 40% para o atual presidente do município, Augusto Barrera, segundo as projeções à boca de urna. Ao lado de Correa, o presidente da câmara de Quito admitiu a derrota: "reconhecemos e estamos a encarar diretamente os resultados atribuídos" pelas projeções, disse Barrera na sede da Aliança País.
O presidente, que chegou a pedir licença das suas funções para se dedicar às eleições, também reconheceu "o importante revés na capital, algo que será preciso analisar", mas destacou que a Aliança País conquistou vários governos provinciais nas eleições deste domingo.
Rodas, eleito em Quito pela coligação Suma Vive, pediu uma "transição ordenada" e felicitou Barrera por "reconhecer democraticamente" o resultado. "Quito não é apenas de uma cor, é de todas as cores. Hoje venceu a dignidade" dos cidadãos, proclamou Rodas para centenas de partidários reunidos na sede do seu partido.
Em Guayaquil, com 2,3 milhões de habitantes, o presidente do município de direita, Jaime Nebot, será reeleito com 60% dos votos, contra 38% para Viviana Bonilla, 30 anos, candidata de Correa, ainda de acordo com as projeções. Cuenca, a terceira cidade do Equador, com 712 mil habitantes, foi conquistada pela direita com a vitória de Marcelo Cabrera com 51% dos votos, contra 46% para o atual presidente da câmara, Paul Granda.
Além de 221 presidentes de câmara, os equatorianos elegeram também, neste domingo, 23 governadores e 1.035 vereadores, para mandatos que serão concluídos em maio de 2019.
"Nova direita"
Correa, cuja popularidade supera os 60%, afirmou durante a campanha que uma derrota em Quito poderia abrir um período de instabilidade política no país e que a perda da capital colocaria em risco a "Revolução Cidadã". Para Correa, esse novo campo político que busca se consolidar no país encara a presidência da câmara de Quito como plataforma para projetar as suas ambições presidenciais.
"Haverá risco para o nosso projeto se a capital cair nas mãos da extrema direita. A revolução está ameaçada pelo assédio de toda a direita unida - que tem financiamento nacional e internacional -, por assessores estrangeiros e por uma campanha suja impressionante", advertiu Correa antes das eleições.
Rodas foi integrante da juventude social-cristã do Equador, força política de direita que elegeu León Febres Cordero (1984-1988), acusado por uma comissão da verdade de ter instalado um regime de torturas, desaparecimentos forçados e terrorismo de Estado.
O político recebe orientações de Moisés Naim, membro do diretório do norte-americano NED (Fundação Nacional para a Democracia), da Junta Diretiva do Banco Mundial e ex-ministro da Indústria e Comércio de Carlos Andrés Perez, na Venezuela. A ponte aconteceria por meio do “think thank” Ethos, baseado no México e fundado por Rodas em 2008.
Artigo publicado por Opera Mundi

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