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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

'Governo prepara cortes de gastos sociais', afirma Auditoria Cidadã da Dívida

Por Movimento Auditoria Cidadã da Dívida em seu portal.

Nas últimas semanas, os jornais têm noticiado que o governo prepara mais cortes orçamentários. Conforme mostra o jornal Valor Econômico: “Ameaça de rebaixamento pelas agências de classificação de risco. Investidores desconfiados. Dados econômicos nada favoráveis – a exemplo das vendas do varejo que tiveram em 2013 o pior resultado dos últimos dez anos. Passeatas cobrando mais investimentos públicos. (…) Em meio a este caldo quente a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff precisa definir, em no máximo uma semana, o tamanho do corte a ser feito no orçamento de 2014. No próximo dia 20 encerra-se o prazo estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para que o Executivo publique o decreto de programação orçamentária e financeira, indicando a realização de despesas e receitas para o ano.”

Ou seja: temos de um lado, o povo reivindicando mais investimentos sociais. De outro, representantes dos rentistas – em especial as ditas “agências de risco” – exigindo mais cortes de gastos.

O Jornal Valor Econômico também divulga a visita ao Brasil, em março, de representante da agência classificadora de risco “Standard & Poor's”: “Por um período mínimo de uma semana e máximo de duas, a analista responsável pelo país, Lisa Schineller, dispara uma bateria de encontros em Brasília, São Paulo e Rio. Anual ou semestralmente, as agências de rating realizam essas visitas aos emissores de dívida sob sua monitoração para coletar informações. Captadas no setor público e no setor privado, as informações serão utilizadas na elaboração de um relatório analítico a ser submetido ao comando da agência e poderá servir de base para uma eventual mudança de nota do emissor que estará sob avaliação. Neste caso, o Brasil. O encaminhamento do relatório ao comitê da S&P para apreciação não implica necessariamente em alteração de perspectiva, rebaixamento ou promoção de classificação de risco de crédito.”

Interessante observar a semelhança com as “missões” de representantes do FMI no Brasil, para tentar verificar se os gastos sociais estão sendo cortados para viabilizar a realização do chamado “superávit primário”, ou seja, a reserva de recursos para o pagamento da questionável dívida pública. Geralmente, tais visitas sempre concluem que os cortes de gastos são insuficientes, e que é necessário mais ajuste fiscal.

Caso o país não execute tal política, tais agências de risco – assim como o FMI – recomendam aos investidores a retirada de seus recursos do país, recursos esses que, porém, servem basicamente para o pagamento da própria dívida.

O valor dos cortes ainda não está definido, mas as estimativas apontam para algo entre R$ 30 a R$ 50 bilhões. Interessante observar que tal valor não é suficiente para pagar sequer 1 mês de juros e amortizações (principal) da dívida pública. Ou seja: tal política é completamente equivocada, e jamais resolverá o problema, que deveria ser enfrentado com uma ampla e profunda auditoria, prevista na Constituição de 1988, porém, jamais realizada.

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