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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Uê, a surra não serviu para "ressocializar"?

O menor que foi espancado e amarrado em um poste no Rio de Janeiro voltou a cometer furtos um dia após deixar um abrigo para onde tinha sido levado. Uê, a surra não serviu para "ressocializar"?

Muitos estão usando esse fato para dizer que só uma surra não basta, tem mesmo é que aumentar a intensidade ou então executar e ponto.

Mas o que nos interessa é tentar alguma explicação sobre o por que de um jovem como este de 15 anos de idade se encontrar nessa anomia com relação a sociedade como um corpo, relacionando com os estudos de Émile Durkheim, já que deve ter seu núcleo de convivência onde existem "regras", seria como um conflito de sociedades?

Intensificam-se pelo Brasil afora os sentenciamentos de "marginais" pela própria população, incitada há anos por programas policialescos na mídia, em sua maioria detida por oligarcas chefetes eleitorais; ontem em Natal um jovem foi espancado e teve os testículos e o pênis amarrados a um cordão por moradores do bairro Parque do Coqueiro. 

Não há argumentos; ou a sociedade não aguenta mais e tem que partir para essas "medidas", ou se defende bandidos, mas o que faria existir uma proporcionalidade tão grande de assassinos e assaltantes?

Há os que explicam pela "falta de lei", como no Brasil só tem impunidade os marginais fazem o que querem, de fato poucos casos de violência são elucidados no país, mas lei existe, e uma sociedade onde ocorre tantos casos deste tipo ela não é normal, já que a função da sociedade, como dizia Durkheim é que haja cooperação. Por que essa luta entre "sociedades"?

O que choca é que há uma brutalidade impressionante, uma agressividade inimaginável, mas o que pode explicá-la pode ser mesmo o próprio ato dos "justiceiros". Onde eles encontram "forças" para executar sentenças como a de Natal, só pode ser pela violência disseminada em uma sociedade desequilibrada, nela existiriam bolsões de anomia, uma ajuntamento involuntário, que ao mesmo tempo em que serviu para criar uma consciência comum e uma solidariedade,  também foi propícia para gerar exclusões e conflitos dentro dela mesmo, além do conflito de classes.

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