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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Um moralista


Disse Mario Lago que a Ditadura tem seu lado moralista, e que o moralista seria um ditador em potencial. E quantos projetos de ditadores não teremos...

O moralismo é uma cegueira, uma cegueira branca  aos moldes saramaguianos; o indivíduo se fecha para o diferente, além daquilo que é normal; já que todos nós nos sentimos, como disse Durkheim, perturbados com opiniões opostas à nossa; mas o moralista vai ao extremo.

O moralista se coloca como exemplo. Não gosta do carnaval pela "putaria"; embora não queira eliminar que se façam críticas ao que se transformara o carnaval na maioria das cidades; mas as críticas moralísticas nunca servem para construir nada de novo; treme-se com o beijo gay na novela e quando contrastado xinga com as mesmas palavras que repudia.

Durkheim disse que o progresso só deixaria de existir se toda a humanidade formasse uma única sociedade. O moralista não aceita a mudança de comportamento. Não faltam Brasil afora algumas caricaturas, cito o "machão" querendo ser administrador de  mulher, pelas suas perspectivas o macho é superior. Até as redes sociais se tornaram centros de intolerância, se acusa alguém de tudo, numa falta de compreensão inimaginável. E os que criticam defensores de Direitos Humanos? Esses sempre dizem que falta lei, mas  a lei deles é serem intolerantes.

Duvido de quem diz que o socialismo foi o responsável por milhões de mortes no século XX, certamento  a intolerância retirara, assim, esse peso de suas costas. Algo semelhante ocorreu com o extermínio e o estupro dos povos americanos depois da chegada do Europeu no nosso continente, era a intolerância imaginando uma superioridade.

Por isso que Edgar Morin, Filósofo Francês, militante do Partido Comunista daquele país e que lutou na resistência francesa contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial, fala que a educação do futuro deve se pautar na complexidade. Dentro dessa complexidade há uma preocupação com os motivos da intolerância, fechamentos éticos, fechamentos para o outro. Um progresso, que certamente o moralista vai dizer: "Coisa de vagabundo"!

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