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sexta-feira, 14 de março de 2014

Aquecimento global pode ser 20% maior do que estimado

Novo estudo da agência espacial norte-americana NASA afirma que a desaceleração recente no aumento das temperaturas é um episódio passageiro e que o cenário é pior do que se pensava. Por Jéssica Lipinski do Instituto CarbonoBrasil
Uma nova investigação da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço dos Estados Unidos, a NASA, revelou na passada terça-feira (11 de março) que, apesar da desaceleração no aquecimento global registrada nos últimos anos, o clima da Terra continuará a aquecer neste século, e a uma taxa acima das previsões anteriores.
O que costuma chamar-se de desaceleração no aquecimento global é o fato de que, nos últimos 15 anos, a velocidade do aumento das temperaturas diminuiu. Simulações sugerem que o aquecimento deveria ter continuado em um ritmo médio de 0,21ºC por década entre 1998 e 2012, mas o que se observou é que o fenômeno durante esse período foi de apenas 0,04ºC por década.
Contudo, o novo estudo indica que, mesmo levando em conta a atual desaceleração, o aquecimento global pode ser até 20% maior do que o estimado anteriormente. O motivo dessa nova previsão é que, de acordo com a NASA, as investigações anteriores não consideravam apropriadamente os aerossóis, partículas emitidas na atmosfera que podem ter um efeito de resfriamento sobre o clima. Pensava-se que os aerossóis tinham um efeito uniforme em todo o globo, o que, segundo o novo estudo, é incorreto.
Dessa forma, o trabalho aponta que o Hemisfério Norte tem um papel ainda maior no aquecimento global, visto que, além de emitir mais gases do efeito de estufa (GEEs) do que os países do Hemisfério sul, também emite mais aerossóis, que apresentam o tal efeito resfriador.
“Uma das razões da influência desproporcional do Hemisfério Norte, especialmente no que se refere ao impacto de aerossóis, é que a maioria dos aerossóis é emitida das regiões mais industrializadas, ao norte do equador”, explicam os autores.
Mas então, se essas partículas ajudam a ‘resfriar’ o planeta, elas não ajudariam de facto a reduzir o aquecimento global? Essa parece ser a consequência óbvia, mas os investigadores dizem que não funciona bem assim.
Drew Shindell, principal autor do trabalho, mostrou que, embora a curto prazo essas partículas tenham o efeito de resfriamento, a longo prazo elas não fazem muita diferença. E é por isso que as estimativas de aquecimento global apresentaram um aumento: a desaceleração que estamos a viver agora pode ser potencializada pelas partículas, mas não deve durar para sempre. Até 2050, por exemplo, a diferença deve ser muito pequena.
“Gostaria que pudéssemos ter algum consolo com a desaceleração na taxa de aquecimento, mas todas as evidências agora concordam que o futuro aquecimento provavelmente caminhe em direção às nossas mais altas estimativas, então está mais claro do que nunca que precisamos de rápidas reduções de emissões para evitar os piores danos das mudanças climáticas. Gostaria que não fosse assim, mas o prevenido vale por dois”, concluiu Shindell.
Artigo de Jéssica Lipinskipublicado por Instituto CarbonoBrasil

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