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terça-feira, 25 de março de 2014

Egito: 529 membros da Irmandade Muçulmana condenados à morte

Na maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, um tribunal condenou à morte 529 pessoas. O regime que se prepara para escolher o general Al-Sisi como presidente da República considera que a Irmandade Muçulmana é um grupo “terrorista”, o tribunal aplicou a orientação do regime.
Junto ao Tribunal Penal de Minya, que condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana, as ruas foram bloqueadas pela polícia
Um tribunal egípcio condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana nesta segunda-feira (24/03), sob acusações de homicídio e outros crimes contra o governo. Presidido pelo juiz Said Youssef, o julgamento começou no sábado (22/03) na cidade de Minya, ao sul do Cairo, e absolveu 16 partidários.
O veredito representa a maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, segundo advogados envolvidos no caso, e deve contribuir para um aumento da instabilidade no país.
"Este é o processo mais rápido e o número de sentenciados à morte é o maior na história do Judiciário", afirmou um dos advogados de defesa dos líderes da Irmandade Nabil Abdel Salam, à Reuters. Os mais de 500 condenados podem recorrer.
A maioria dos detidos foi acusada de realizar uma série de ataques a edifícios do governo e vandalismo em esquadras da polícia - confronto em protesto pela violenta dispersão forçada pelos polícias em dois acampamentos da organização no Cairo no dia 14 de agosto de 2013. Na ocasião, a maioria dos réus hoje havia sido presa.
Em protesto, simpatizantes dos condenados atearam fogo a uma escola nas proximidades da corte, informou a televisão estatal.
Para grupos de direitos humanos, as autoridades egípcias pretendem pressionar a oposição. "Um estudante do segundo ano na faculdade de direito jamais iria emitir este veredito", disse Mohamed Zaree, um dos diretores do Instituto para Estudos de Direitos Humanos do Cairo, à Reuters.
A turbulência no Egito ganhou novas proporções no dia 3 de julho, quando o Exército realizou um golpe militar contra o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país, Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Desde então, milhares de seguidores do grupo foram detidos e dezenas deles condenados, mas até agora a pena de morte não tinha sido decretada.
A Irmandade Muçulmana foi fundada no Egito em 1928 com a intenção de defender os ensinamentos e as regras do Corão e renunciou à violência no fim dos anos 70. Embora perseguida, manteve a sua atividade sob o regime de Mubarak e desempenhou um importante papel na revolta da “primavera árabe” a partir da Praça Tahrir, formando uma aliança com os democratas para depor Mubarak.
Notícia de esquerda.net com extratos de artigo publicado por Opera Mundi

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