Violência social, solidariedade e barbárie - Blog A CRÍTICA

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quinta-feira, 13 de março de 2014

Violência social, solidariedade e barbárie

O povo preocupado com o drama da violência centrada no roubo e no assassínio quer a paz e a tranquilidade social, por isso exige do Estado  garantia dessa segurança, a forma visualizada de pacificação é o cumprimento estatal através de suas forças coercitivas de proporcionar segurança ou liberdade, já que se diz que o cidadão é quem acaba preso, é a situação mesmo de visualizar uma afronta a uma sociedade estabelecida, embora não haja puras vítimas em nenhum dos lados, o discurso de vítima sempre esconde nossos próprios fracassos.

No meio disso tudo, com um desequilíbrio trágico neste sentido o noticiário policial difunde o discurso, evidente, de endurecer a lei e as penas. Isso divide politicamente uma direita sempre favorável ao enrijecimento e uma esquerda centrada na questão social e humanista, apesar de não desconhecer a gravidade do tema.

Mas o povo em si não pode ser individualizado como sendo totalmente de esquerda ou de direita, poderia dizer-se que é de direita quando exige punição para os "bandidos", mas esse mesmo povo é abertamente favorável a bons serviços públicos de saúde e educação, por exemplo.

A organização de grupos de justiceiros, seja permanente e organizada ou espontânea, envolve, claramente, laços de solidariedade, mas também atos de barbárie. "O povo não aguenta mais" e por isso pratica tais ações, é evidente que a violência dessa forma obstrui as teias de relações sociais normais, e se visualiza na punição dos "bandidos" o encontro a paz necessária, sociedade é a busca de equilíbrio.

Esperar da polícia a efetiva quebra da força dos "bandidos", envolve questões além do enrijecimento, quantos de dentro das polícias e das estruturas do Estado não são favorecidos com o tráfico, por exemplo? O professor carioca Luiz Eduardo Soares afirma que jamais houve tráfico de drogas no Brasil sem participação da polícia. Mas, há o lado que coloca a polícia como um suposto herói da nação, também não devemos colocar sobre a polícia toda a culpa, mas é uma questão que vai muito além de soluções óbvias.

A história de defender "bandidos" vai além do simples veredito, é uma questão de justiça e da própria solidariedade e liberdade individual, os massacrados Direitos Humanos. A história de que esses "bandidos" são simples vítimas também limita o âmbito de enfrentamento.

O inglês John Locke dizia que a função do Estado é garantir a propriedade, então você anda pela ruas e tem a bolsa tomada, sai de casa quando retorna o que havia eixado não se encontra mais, isso sem falar nos assassinatos que é o que mais provoca  vontade de fazer expiação. Assim se começa a enxergar no Estado um inútil, e por isso a crença de que se pode encontrar as mudanças com medidas restritas. Assim, se pode imaginar que um apresentador de programa policial diz ali em seu programa o que se deve fazer.

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