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terça-feira, 11 de março de 2014

Vitória dos garis no Rio fortalece movimento de base do trabalhador

Na contramão do processo formal de reivindicação sindical e contrariando as expectativas de fracasso, o movimento de greve dos garis do município do Rio de Janeiro conseguiu uma vitória histórica para a categoria. Depois de oito dias com as atividades paralisadas durante um dos maiores carnavais do mundo, os profissionais alcançaram não apenas aumento de 37% no salário-base e ampliação de benefícios, mas também a legitimação da classe trabalhadora organizada de maneira independente.
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Os garis estiveram em greve de 1º a 08 de março, quando alcançaram um acordo com a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, contrariando o acordo inicial firmado pelo Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município, que representa formalmente a categoria.

Em nota, os profissionais afirmam que deverão continuar o debate em torno de sua entidade representativa. "A greve dos garis encerrada não quer dizer que a luta terá fim. Agora é o momento para estudar novas formas de se fazer o sindicalismo. É hora de se filiar aos movimentos sociais e políticos de acordo com suas afinidades. Avançar em busca de tornar a solidariedade entre todos os trabalhadores o real caminho contra a exploração e as desigualdades", salientam.

A categoria retomou as atividades já no sábado, 08, quando encerrada a greve. Segundo um dos membros da comissão de greve, Bruno Lima, o movimento gerou motivação entre os garis, que deverão prosseguir com o processo de organização de base. "Estamos todos muito felizes, mas certos de que este é um processo que não se encerra aqui", relata.

Negociação contracorrente
A organização do movimento começou quando foi anunciado reajuste de 9% do piso salarial no valor líquido de R$ 802, após negociação sem ampla participação da categoria. Afirmando não serem representados pelo próprio sindicato, os profissionais rejeitaram o valor proposto e denunciaram supostos conchavos entre a entidade e empresas de limpeza pública.

A greve foi deflagrada em 1º de março, primeiro dia de Carnaval no Rio, deixando acumular toneladas de lixo pelas ruas da capital fluminense e pondo em debate a legitimidade política do processo.
Enquanto a entidade representativa da categoria negava a greve e Justiça declarava ilegal o movimento dos garis, os profissionais levavam ao debate sua contraproposta, que incluía reajuste salarial de R$ 802 para R$ 1.200, vale-alimentação de R$ 12 para R$ 20, 40% de adicional de insalubridade e pagamento de horas extras. Segundo a comissão de greve, um total de 6 mil dos 15 mil garis do Rio aderiram à paralisação.

Durante a greve e sob acusação de que grevistas estariam coagindo os demais trabalhadores, a Prefeitura chegou a instalar escolta policial para acompanhar a coleta de lixo na cidade. O prefeito da capital, Eduardo Paes (PMDB), classificava o movimento de "motim" por não haver sido convocado pelo sindicato da categoria.

Pauta de reivindicações atendida
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Após oito dias de negociação, do conjunto de reivindicações da categoria, os garis alcançaram piso salarial de R$ 1.100, valor-alimentação no valor de R$ 20 diários, pagamento de horas extras e adicional de insalubridade. O acordo foi firmado entre a comissão de greve e a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, e intermediado por representantes do Ministério Público do Trabalho (MPF) e do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Ademais, os garis conseguiram a garantia de que nenhum profissional será demitido - durante a greve, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) havia anunciado a demissão de 300 grevistas.

Fonte: ADITAL

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