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segunda-feira, 5 de maio de 2014

A nossa perversidade

No seu livro "A Riqueza e a Pobreza das Nações" o economista político de Harvard, David Landes diz-nos que a história da humanidade é a história dos horrores, em uma parte do livro onde fala da perversidade de europeus, árabes, americanos e africanos, Landes quer nitidamente repelir o discurso vitimador demonstrando a crueldade dos sacrifícios praticados pelos astecas que por sua vez foram massacrados pelo europeu conquistador, que chegavam a perfurar o ventre de mulheres astecas grávidas em apostas para saberem o sexo do nascituro; menciona a barbaridade dos mesmos europeus na África, mas também o conluio para a escravização dos próprios chefes tribais negros; com relação aos árabes afirma que foram capazes de dominar povos e causar assassinos da mesma forma que os europeus, por aí prossegue...

A par de tudo isso não é simples repaginar a história da forma como ocorrera séculos depois mas os escritos de Landes serve para nos mostrar que independente do continente que sejamos originários somos desta mesma espécie capaz de ser perversa. Por outro lado sempre nos é possível evoluir e buscar a "civilidade.

Com relação ao Brasil lembro que Darcy Ribeiro diz que fomos construídos sob o "gasto" de neros e indígenas, somos aptos a termos o chicote na mãos, isso do lado oposto de todas as outras análises que pairam sobre o chamado "jeitinho" que também é perverso.

Com essa série de "justiciamentos" ocorridos nas ruas do país e no centro do alarde e drama do famigerado noticiário policial, a pior praga fruto da violência urbana brasileira, têm demonstrado como somos péssimos "juízes" quando nos atemos em fazer "justiça".

O caso da vez é de uma mulher morta no Guarujá, em São Paulo, depois de serem divulgados supostos boatos na internet dando conta de que realizava sequestro de crianças para rituais de magia negra, e o que se está dizendo no momento é que a sentenciada pode ser inocente. Já não é o primeiro caso de "erro" nessa sequência de autos.

Não se pode deixar de dizer que o "outro lado" é perverso, os crimes frequentes chocam mas também revelam o que está dentro de nós mesmos. O Brasil, como outros sulamericanos, ostentam índices homicidas impressionantes, são sociedades marcadas pela brutalidade desde o momento original. Em regiões onde prolifera o tráfico de drogas a violência homicida e o roubo explodem. E o noticiário policial está sempre lá piorando ainda mais sobre o pretexto da realidade.

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