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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Novo estudo questiona bioenergia como uma opção limpa


Autor: Jéssica Lipinski   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil


Pesquisadores da Universidade de Viena calcularam que o plano da União Europeia de aumentar o uso de biomassa, como a queima de madeira proveniente de plantios comerciais, e biocombustíveis, como o etanol do milho, quase duplicará a pegada ecológica desse tipo de energia no bloco.

Segundo o estudo, caso o plano seja posto em prática, o impacto ambiental do uso da bionergia na UE vai passar dos 44,5 milhões de hectares registrados em 2010, para 70 milhões de hectares– o equivalente às áreas da Suécia e Polônia somadas.

A UE deseja que até 2020, 20% do mix energético seja alimentado por renováveis, das quais 64% devem ser provenientes de biomassa. O bloco também tema meta de fornecer 10% do combustível para o transporte proveniente de fontes renováveis, principalmente biocombustíveis, até o final de década.

A grande polêmica é que os benefícios do uso da bioenergia para reduzir as emissões de dióxido de carbono ainda não são comprovados. O uso de terras para o cultivo de plantas direcionadas à produção de biocombustível pode intensificar o desmatamento, além de poder levar ao aumento do preço dos alimentos, cuja produção pode ser prejudicada pela concorrência com a biomassa para combustíveis. Levando tudo isso em conta, os relatórios já desenvolvidos que calculam a pegada ambiental e de carbono da bioenergia muitas vezes apontam para conclusões opostas.

O documento da Universidade de Viena afirma apenas que a pegada ambiental da bioenergia tende a crescer entre 2010 e 2020 devido às previsões de maior participação dessa fonte no mix energético europeu nos próximos anos.

De acordo com o estudo, faz-se necessário então criar salvaguardas e sistemas de medição e monitoramento dos impactos ambientais da bioenergia, não apenas na Europa, mas em todo o mundo, para evitar que a fonte cause ainda mais desmatamento e emissões de GEEs.

“A bioenergia tem um papel a desempenhar na redução das emissões climáticas, mas deve se focar na utilização de materiais residuais em vez de queimar árvores e colheitas de alimentos”, sugeriu Robbie Blake, ativista de biocombustíveis da ONG Amigos da Terra Europa, que encomendou o relatório.

A pesquisa afirma que, nos últimos anos, a bioenergia gerou 10% da oferta global de energia, sendo a maior fonte de energia renovável no mundo e fornecendo combustível para aquecimento, eletricidade e transporte.

Nos países desenvolvidos, a demanda por bioenergia aumentou na última década, tendo como metas a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEEs) e a diminuição da dependência de combustíveis fósseis. Como resultado, a pressão sobre a terra e sobre a produção de biomassa cresceram, assim como os impactos ambientais relacionados ao aumento da demanda de biomassa.

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