A ética Católica e o espírito da miséria - Blog A CRÍTICA

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segunda-feira, 23 de junho de 2014

A ética Católica e o espírito da miséria

"Eu sou pobre graças a Deus", isso é dito com entusiasmo por pessoas do sertão brasileiro, passa longe do "tempo é dinheiro" de Benjamin Franklyn; é o fundamento de uma hierarquia que impede o avanço técnico-produtivo. É interessante notar que esse "conformismo" não atinge a todas de uma comunidade rural brasileira, há os sujeitos influentes, ela afeta precisamente os mais pobres que se colocam em um ciclo de vivência com a miséria. O que tento dizer aqui é que essa "hierarquia" e aceitação dela afastas as pessoas da busca de mudança de produção.  

Um caso ocorrido na Zona Rural do Rio Grande do Norte é elucidativo: o pai de filhos adultos garantiu suicidar-se caso estes adquirisses uma máquina para moer o capim do gado, e cumpriu com o prometido (Veja que não foi só Getúlio Vargas que chantageou com a própria morte). Ele não queria tal inovação, precisava manter tudo como sempre fora. 

Existe uma hierarquia de conformismo regada pela caridade católica, os que detém maiores posses podem vir a fornecer ajuda (esmola) aos pobres desde que estes assumam sua condição. É bom para aqueles a pobreza destes, uma satisfação de espírito, não é bom ver ascensão.

O Catolicismo desenvolvido no Sertão nordestino fundamentou essa hierarquia de conformismo e "respeito" com o estabelecido, por isso que Canudos era uma afronta para a própria Igreja Católica.

Para desenvolvermos novas técnicas produtivas de convivência com a seca é preciso estruturar uma escola rural, 20% das escolas brasileiras estão no campo, que seja voltada para o desenvolvimento d agricultura familiar autossustentável, principalmente no semi-árido nordestino. A escola atual atua no sentido de dar uma educação meramente formal, com professores sem este visão de melhoramento, e que joga os jovens que abandonam a sala de sala para serviços precários nas cidades. A escola deve te o papel fundamental de superar a "consciência" arcaica do catolicismo tradicionalista, que divide o mundo na dicotomia bem/mal.

Atualmente fortalece-se a força das seitas evangélicas, com ênfase em uma teologia da prosperidade, mas situada dentro de um contexto quase messiânico.


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