Todo mundo já ouviu a expressão "Comer o pão que o diabo amassou", agora talvez nunca tenha ouvido falar do "fuscão preto de JáJá". O fuscão preto era o feijão preto que era enviado durante a emergência em virtude da seca aqui no semi-árido nordestino, na época em que o hoje senador José Agripino Maia era governador do Rio Grande do Norte. O tal feijão era tão duro que para cozinhar as pessoas tinham que quebrar em um pilão.
As chamadas "emergências" se davam quando ocorriam secas e o governo federal destinava verba para que fosse revertida em "obras", de preferência, para aliviar os efeitos da estiagem, O que, é claro, não ocorria, o dinheiro era gasto, talvez uma parte mínima, em "frentes da trabalho" inúteis. Mas, essas frentes eram brasileiríssimas, se o "governo" não fazia o seu papel, que aliás não precisava esperar a seca para ser feito, os trabalhadores apenas iniciavam para logo abandonarem os trabalhos sem sentido e receberem apenas as cestas básicas enviadas. Até hoje não sabemos para onde iria esses recursos.
Voltemos ao "fuscão preto". Na zona rural de Caicó um poeta não perdera a chance e assim descreveu o tal feijão:
"Quem foi mordido de cobra
Tem medo até de um cordão
Quem namorou moça donzela
Tem medo até da sombra dela
e quem comeu um fuscão preto
Tem medo até da panela"
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