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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Brasil: Livre de conflitos mas não pacífico, diz estudo

O Brasil é um dos onze países do mundo que não participam atualmente de nenhum tipo de conflito. Mas de acordo com a análise realizada pelo jornal britânico The Independent sobre uma pesquisa recente do Instituto da Economia e Paz (IEP), este fato não o faz um dos países mais pacíficos do mundo.

Segundo a pesquisa, a Suíça, o Japão, o Qatar, o Maurício, o Uruguai, o Chile, a Botswana, a Costa Rica, o Vietnã, o Panamá, o Brasil são os onze países com menor índice de participação em conflitos. Porém, países da América Latina têm outros índices negativos elevados, como o do “terrorismo político” (4 pontos dos 5 possíveis no caso do Brasil, 2 dos 5 na Costa Rica, no Panamá e no Chile), homicídios (5 pontos dos 5 possíveis no Brasil e Panamá, 4 na Costa Rica, 2 no Uruguai e no Chile) e outros. Aliás, a taxa de homicídios no Brasil, de acordo com estes dados, é a maior entre os onze países, sendo ela no Botswana de 4 pontos também. Contudo, o índice de “instabilidade política” no Brasil é o menor possível, de 1 ponto.

No caso da Suíça, o perigo de um conflito interno, que poderia ser provocado por manifestações violentas e outros fatores, é bastante pequeno. Mas o país é um dos grandes exportadores de armamentos, o que afeta o índice completo.

O mapa interativo da pesquisa não apresenta dados de todos os territórios. Faltam, por exemplo, informações sobre as ilhas Malvinas, disputadas entre a Argentina e o Reino Unido, a parte meridional da Somália, a Guiana Francesa, o Saara Ocidental e uma série de outros territórios e países. A Argentina, no entanto, é mais segura do que o Reino Unido no rating geral. O país latino-americano está no 43º lugar, e o europeu, no 47º.

O Brasil, no entanto, se situa no 91º lugar, e a Rússia, no 152º, justo antes da Coreia do Sul, que está no 153º. O 162º lugar é ocupado pela Síria, onde o conflito ficou agravado neste ano.

A omissão desses territórios se deve, pelo visto, à necessidade de relacionar os dados obtidos a um Estado concreto. Eis aqui o obstáculo: as Malvinas oscilam entre um Estado vizinho e outro longínquo; Somália fica dividida de fato em pelo menos dois países; a Guiana Francesa é, como indica bem o nome, francesa; e Saara Ocidental não tem um estatuto estatal definido. O que surpreende é a ausência completa de países como Cabo Verde, que nem está presente no mapa. A ausência de dados sobre o Luxemburgo, assim como a ausência total do Mônaco e outros micro-Estados não surpreende tanto: comumente são considerados como parte integrante da Europa, no melhor sentido da palavra, em termos de segurança.

Segundo os autores da pesquisa, ela abrange 99,6% da população mundial, que vivem em 162 países. A tendência principal é para pior: só 4 critérios, dos 22 utilizados, mostram melhorias. E entre os países, a maior melhoria têm a Geórgia, a Costa do Marfim e a Líbia. Não se escandalize: um país melhora quando o conflito interno ou externo que o assola se apaga ou se abranda aos poucos. Não se trata de melhora definitiva.

Um país ser completamente pacífico e tranquilo é uma utopia. Se não participa de conflitos externos, terá certa tensão interna. Nem sempre se trata de violência, mas violência latente sempre tem. Basta o governo ou uma entidade popular fazer algo errado ou desagradável para a população. No espaço internacional, às vezes pode bastar uma diferença cultural que finalmente provoca o mesmo: algo errado ou desagradável.

Resta torcer por que a observação do IEP de que o século corrente é o mais pacífico que a humanidade já viveu seja verdade e que os conflitos que hoje em dia assolam a Terra não recebam mais lenha no seu fogo.


Fonte: Voz da Rússia

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