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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

EUA pretendem enviar presos de Guantánamo para a América do Sul

A CIA quer que Brasil, Colômbia e Uruguai recebam prisioneiros de Guantánamo. O acordo seria enviar os presos secretamente para os três países em troca de vantagens econômicas. Por Marcela Belchior

Desde que foi criado, em 2002, o Centro de Detenção da Baía de Guantánamo, prisão militar norte-americana situada em Cuba, já recebeu mais de 800 pessoas, presas sob alegação por parte dos EUA de terrorismo
A organização norte-americana de direitos humanos Open Society Justice Initiative(OSJI), com sede em Nova York e atuação em vários países, denuncia que a Agência Central de Informações (CIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos quer que Brasil, Colômbia e Uruguai recebam prisioneiros do Centro de Detenção da Baía de Guantánamo, em Cuba. O acordo seria enviar os presos para os três países em troca de vantagens econômicas, secretamente.
Segundo a OSJI, a CIA já teria instalado prisões secretas em pelo menos 54 países que cooperaram com sequestros, detenções, torturas e execuções de autoria da Agência, após os ataques de 11 de setembro de 2001. Agora, o Presidente dos EUA, Barack Obama, pretenderia contar com o apoio sul-americano para receber pessoas detidas, que são, presumidamente, inocentes, mas que, há pelo menos 12 anos, estão submetidas a tratamentos cruéis, degradantes e desumanos.
A intenção é que esses presos cheguem aos países como homens livres e em pleno exercício de seus direitos humanos, na qualidade de refugiados ou asilados políticos. Ainda assim, a organização aponta que a CIA planejaria instalar outras prisões clandestinas nos três países. "Simplesmente, os converteria em cúmplices das atividades ilegais e desumanas da CIA”, observa a OSJI, em informe.
A organização destaca que a CIA tem cometido, na América Latina, diversos crimes de lesa-humanidade, como genocídios, desaparecimento forçado de pessoas e sequestros. Agentes dos EUA foram e continuam a ser torturadores oficiais e extra-oficiais, perseguidores e colaboradores de forças armadas e policiais, que se caracterizaram pela crueldade na execução de graves crimes.

A OSJI afirma que a responsabilidade das violações dos direitos humanos dos detidos em Guantánamo não se restringe ao Governo dos Estados Unidos. As operações de detenções secretas e ações extraordinárias, elaboradas para realizarem-se fora do território norte-americano, não poderiam ser executadas sem a participação ativa de governos estrangeiros.
De acordo com a organização, a lista desses Estados incluiria Paquistão, Afeganistão, Egito e Jordânia, onde existiram cárceres secretos, nos quais foram praticadas torturas ao longo de vários anos. Países como Irlanda, Islândia e Chipre são acusados de terem concedido ajuda oculta à CIA, ao permitirem o uso do seu espaço aéreo e dos seus aeroportos em operações da Agência.
A pretensão é desativar a prisão
Open Society também relata que o Canadá não só teria permitido o uso de seu espaço aéreo, mas também proporcionado informação sobre cidadãos canadenses. Muitos dos países da lista são europeus. Alemanha, Espanha, Portugal e Áustria estão entre eles, enquanto que França, Países Baixos, Rússia e Hungria não aparecem. Polônia, Lituânia e Romênia também teriam colaborado, abrigando prisões secretas no seu território. Já a Georgia é acusada de haver participado de uma operação norte-americana.
Desde que foi criado, em 2002, o Centro de Detenção da Baía de Guantánamo, prisão militar norte-americana situada em Cuba, já recebeu mais de 800 pessoas, presas sob alegação por parte dos EUA de terrorismo. Os detidos, no entanto, nunca foram acusados formalmente perante a Justiça do país. Desativar o campo de detenção tem sido um dos principais projetos defendidos por Obama. Em abril deste ano, a aceitação do Governo do Uruguai de receber cinco presos na qualidade de refugiados gerou controvérsia entre a população uruguaia.
Extrato de artigo de Marcela Belchior, Jornalista da Adital, publicado em adital.com.br

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