Maconha: Entre "Deus" e a medicina - Blog A CRÍTICA

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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Maconha: Entre "Deus" e a medicina

Audiência Pública no Senado debate regulamentação do uso da maconha


A Comissão de Direitos Humanos e Legislação  Participativa do Senado realizou uma audiência Pública na manhã desta Segunda-feira (11) para debater regulamentação do uso da maconha. Como não poderia ser diferente, em virtude das polêmicas que envolve o tema (verdadeiros tabus), houve um intenso conflito de ideias e depoimentos.

A audiência Pública foi presidida pelo relator da proposta senador Cristovam Buarque que iniciou fazendo uma ponderação a respeito das pressões enfrentadas acerca do debate do tema: "Se tem um problema sério neste país é a droga, e fechar os olhos para este problema é um crime contra humanidade porque são milhões que estão morrendo e sofrendo", disse Cristovam. O senador disse que recebeu e-mails denunciando e pedindo a não realização da audiência.

As divergências mais fortes pareceu-me ser entre um a visão religiosa tornando o assunto político insolúvel e visões mais  "racionais" apontando dados e fazendo averiguações históricas. Em um momento do debate enquanto se manifestava um pastor evangélico, o mesmo  criticou o Senador Cristovam Buarque que havia afirmado não saber o que fazer com o tema; depois afirmou várias vezes que a regulamentação transformaria traficantes em empresários. O que Cristovam rebateu dizendo que admitia não saberem virtude de que com a atual legislação o tema é um desastre nacional. No fim do debate Cristova Buarque voltou a se referi r ao caso dizendo que a Bíblia diz oque é pecado e não crime, o Estado diz o que´e crime e não pecado, e que Igreja não pode dizer o que é crime.

Outros debatedores se referiram às discussões acerca do tema como questão futebolística, se sou Flamengo não posso ter nada relacionado ao Vasco, o coronel Jorge da Silva, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro, falou de um maniqueísmo:

- Eu fico impressionado com o fato de as pessoas quererem demonstrar os males da maconha. Quem está dizendo que não faz mal? Claro que ela faz mal também, mas alguns aspectos da cannabis podem ser utilizados para o bem.  Costumo ouvir das pessoas comentários como: meu irmão foi drogado e sou contra por isso. A minha filha não sei o quê. Mas, vem cá, ele foi drogado em que modelo? disse.

Segundo ele, o álcool é tão ou mais maléfico que a maconha para a saúde, mas ninguém propõe a criminalização do uso do primeiro.

- Na minha cabeça não entra criminalizar um e não criminalizar outro. Se vamos criminalizar tudo, então, vamos conversar – disse.

ntes ela já tinha se posicionado contra o atual sistema:

- Esse modelo, em vez de cumprir a sua finalidade, que é proteger a juventude, massacra a juventude – afirmou o coronel, ressaltando que as populações mais pobres são as principais vítimas da violência que envolve traficantes e policiais.

Ainda houve depoimento de um pai que realiza tratamento a base de maconha em sua filha que tem 11 anos de idade,  Fábio Carvalho contou como a filha apresentou resultados positivos com o método:

A partir do CBD, minha filha começou a ganhar qualidade de vida. Ela ficava sentada, em frente à televisão, não tinha ânimo para nada. Hoje ela anda pela casa, brinca com o cachorro da vizinha, ela dança.  O olhar dela já mudou. Inclusive, na escola, ela começou a copiar as palavras da lousa, coisa que ela não fazia. Para mim, é uma vitória — relatou Fábio.

Ainda foram feitas, no decorrer da audiência várias comparações com outras drogas, como álcool e cigarro, e como a proibição foi sendo construída ao longo da história.

Assista a uma matéria da TV Senado:


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