Verdades e mentiras de programas eleitorais - Blog A CRÍTICA

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Verdades e mentiras de programas eleitorais

Enquanto escrevo isso um carro-de-som de determinado candidato repete dentro do que seria uma música incontáveis vezes o seu número, parece numa tentativa de "pregar" no juízo do viventes essa combinação para que mesmo que tenha algum outro candidato mas por qualquer razão esqueça diante da urna o jeito seja votar no número que lhe fora enfiado pelos ouvidos. Esse já é uma praga eleitoral brasileira, há um exagero carnavalesco em um "marketing" baixo, um espetáculo exibicionista, por exemplo, adoram se gabar com números de pesquisas.

Mas vamos para questões mais profundas: Bobbio escreveu um minúsculo livro tentando fazer uma diferenciação entre esquerda e direita nestes nossos tempos, o livro é recente, de 1994, claro uma análise mais profunda, mas se nos limitarmos a programas eleitorais brasileiros seria mais difícil ainda distinguir; todo mundo, por exemplo, defende "educação", que de tanto ser vendido dessa maneira é impossível captar algo que possa ser identificado como passível de concretização.

Os programas de TV são peças ficcionais viciosas, até quem tem ciência da iniquidade daquilo acaba tendo que embarcar na mesma canoa; é uma loucura, um programa imediatamente após o outro não dá margem para distinção de forma que tudo se torna um só, além disso há uns muito reduzidos fazendo com que se torne mais bizarro ainda o show de números e representações.

Pelo meio aparece bizarrices mais bizarras ainda, candidatos hiper-extravagantes, nomes chamativos; nos programas de candidaturas ao legislativo cabe apenas fazer uma rápida apresentação e dizer o número, muitas vezes se identificar com dada "causa". Predomina as chamadas para o novo sempre, que de tanto se repetir já ficou velho, um novo que vem junto do velho acaba sendo assimilado.

Ninguém parece-me levar a sério esse tipo de espetacularização de períodos eleitorais. A política relacionada a isso se torna vaga e desconfiante. Também, com relação a isso, lá nos programas já vi referência a algo do tipo: "ruim com a política pior sem ela", o século XX aprontou de tudo no campo político e nós somos de uma época que vive uma profunda ressaca daquilo tudo, mas é um fato, não visualizo sociedades humanas sem política, política é quase tudo em sociedade, um atuar como diria Hannah Arendt a esta condição.

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