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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estudo cita risco de desaparecimento de indígenas no Brasil e outros países

Cepal destaca fragilidade demográfica dos povos nativos, que representam apenas 0,5% da população do país; média latino-americana é de 8,3%; povos nativos da Bolívia, Colômbia e Peru também sob risco.
Francisca Navantino (ao centro) com outros indígenas brasileiros que participam da Conferência na ONU. Foto: Rádio ONU
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Comissão Econômica para América Latina e Caribe, Cepal, diz ser prioritário resolver a fragilidade demográfica dos povos indígenas da região.
A entidade fala em "perigo de desaparecimento físico ou cultural, como observado no Brasil". No país, os povos nativos representam apenas 0,5% da população, ou 896 mil pessoas, segundo dados do censo de 2010.
Declaração dos Povos Indígenas
Os números estão num estudo da Cepal, divulgado esta segunda-feira durante a Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, em Nova York. São 305 povos índigenas no Brasil, sendo que 70 comunidades têm menos de 100 habitantes.
Antes da divulgação do relatório, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, falou à Rádio ONU sobre os desafios para as comunidades indígenas. Ele está em Nova York para discursar na Conferência, que ocorre até esta terça-feira.
Direito Constitucional
"Mostrar a necessidade que nós temos, a partir da própria Constituição Federal de 1988, de assegurar os direitos dos povos indígenas, garantir os seus territórios, garantir a possibilidade da sua vida dentro daquilo que, evidentemente, se afirma como necessário nos valores da própria Constituição. Mostrar que nós temos avançado bastante na parte de formulação de políticas, na saúde indígena, na parte da educação. Demonstrar em síntese que o Brasil cumpre o seu papel em respeito aos direitos constitucionalmente assegurados aos povos indígenas."
A Rádio ONU também ouviu a indígena Francisca Navantino, do povo Paresi do Mato Grosso. Segundo ela, a questão da terra é uma das mais importantes para os povos nativos.
"Para nós do Brasil, é muito importante essa declaração. Porque ela traz demandas que há muito tempo a nossa luta, do movimento indígena, tem sido pautada junto aos nossos governos. Nós temos alguns desafios bastante pontuais, nós temos a questão da terra, a questão do território. Nós temos assim algumas implementações da própria constituição federal."
Suicídios
Outro destaque do relatório da Cepal é para "as cifras alarmantes do número de suicídios de jovens indígenas na Argentina, no Brasil e no Chile". Segundo o censo, os suicídios de indígenas representam 1% do total registrado no Brasil entre 2008 e 2012.
A Cepal cita como exemplo o Amazonas, com quase 5% da população formada por indígenas, que representam 21% dos casos de suicídio do estado. Situação semelhante ocorre no Mato Grosso do Sul.
Proporção
O estudo da Cepal diz que na América Latina existem cerca de 45 milhões de indígenas, representando 8,3% da população da região. O relatório fala em progressos no acesso à saúde e educação e na participação política.
De acordo com a Cepal, as mortes de crianças indígenas, menores de cinco anos, caíram entre 2000 e 2010 em nove países, incluindo Bolívia, Brasil e México.
A Bolívia é o país com a maior proporção de população indígena, com 62%, seguida da Guatemala com 41%. A Cepal disse que são 826 povos indígenas vivendo na América Latina, um aumento em relação ao último estudo feito em 2006.

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