“O iluminismo está morto, o
marxismo está morto, o movimento da classe trabalhadora está morto e eu também
não me sinto muito bem” (Neil Smith)
Algo
é autenticamente dezenovista quando
está em si congelado idéias de progresso, novo homem e cientificismo. Muitas
delas ou todas por influência geradas no iluminismo; as nações teriam que
enriquecerem economicamente pela via industrial, ciência desvendaria todos os segredos
colocando a natureza ao dispor do homem e, se criaria um novo tipo de homem,
pelo menos era essa a base das teorias ou doutrinas científico-filosóficas.
Nietzsche
negaria a filosofia mas nisso estava intrínseco sua crença no ideal de novo
homem, o super-homem para além do bem e do mal; isso acabaria influenciando
Adolf Hitler e sua doutrina nazista que atrelou isso ao racismo nascido pela
metade daquele com o francês Charles de Gobineau.
Da
biologia Darwin inspiraria um darwinismo social ligado à ideia de progresso e
que se podia relacionar a todos os demais itens aqui citados: racismo,
progresso e síntese final do mais forte; na verdade isso é a ecologia da ação,
como trata Edgar Morin, como decorrência da teoria e Darwin que certamente não
visava ao darwinismo social.
Marx,
também influenciado por Darwin, pelo iluminismo e pelo progresso da modernidade
cunhou sua ideia de homem novo da nova sociedade comunista internacional. Tinha
certeza da certeza de uma teoria que se tornaria doutrina no século XX. Seria a
mais poderosa das idéias o século XIX.
A
beleza do racionalismo de XIX legou ao XX catástrofes horrendas, não que seja
uma exceção, como cunhara o professor de Harvard morto ano passado, David
Landes, “a história da humanidade é a história dos horrores”; mas sua
capacidade mortífera-tecnológica tornara-se capaz até do aniquilamento total.
Isso
seria um adeus ao racionalismo, ou melhor à razão? Claro que não, isso seria a
entrega a pensamentos aberrantes estacionários e estigmatizantes,
impedindo-nos, por exemplo, de falar de desigualdade e concentração de renda,
como escreve Piketty no seu bombástico livro “O Capital no Século XXI. A
mudança é que as teorias do século XX apontavam certeza, o desafio para este
século é que sejam apenas a certeza de um começo, conforme Morin.
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