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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Alemanha: índice Ifo cai pelo sexto mês consecutivo

Barômetro econômico mais importante da República Federal caiu em outubro, de 104,7 para 103,2 pontos, atingindo o nível mais baixo desde dezembro de 2012. 

Por Marco Antonio Moreno, El Blog Salmón.

Foto de World Economic Forum
A Alemanha de Merkel virou as costas aos problemas reais que sofre a Europa. Foto de World Economic Forum
O estado de ânimo da economia alemã continua a piorar. O índice Ifo, o barômetro econômico mais importante da República Federal, caiu em outubro – pelo sexto mês consecutivo – de 104,7 para 103,2 pontos. Este é o nível mais baixo desde dezembro de 2012. Apesar de ser esperada uma descida em outubro, estimava-se que fosse para 104,5 pontos, longe dos 103,2 pontos a que chegou, confirmando que "o panorama econômico deteriorou-se ainda mais, especialmente na indústria", como disse o chefe do Ifo, Hans-Werner Sinn.
As expectativas para os próximos meses indicam que o índice Ifo continuará em queda, dada a deterioração do panorama econômico mundial e a sustentada queda do comércio internacional. O ambiente agravou-se ainda mais por causa das más decisões tomadas pela Alemanha na guerra econômica com a Rússia, que têm impacto sobre o comércio e os fluxos financeiros entre ambos os países. A Alemanha virou as costas aos problemas reais que sofre a Europa, como o desemprego, o lento crescimento e a deflação, sem detectar que todos estes males acabariam por ter efeito, como um boomerang, na sua própria economia.
Maiores quedas dos últimos 5 anos
A queda da produção industrial que sofre a Alemanha e o colapso das suas exportações são os maiores dos últimos cinco anos. No segundo semestre, a economia alemã contraiu 0,2% e os dados do terceiro trimestre revelam que esta economia se encontra tecnicamente em recessão. Uma recessão que se pode prolongar até meados do próximo ano, dada a debilidade sistêmica da economia global, que atingiu o principal músculo exportador da Europa.
A Alemanha depende fortemente das exportações e a sua balança de conta corrente é uma das maiores do mundo. Por isso, quando as exportações alemãs caem 6%, como aconteceu em agosto, acendem os alertas em todo o mundo. Parte desta queda é o resultado da fraqueza da procura chinesa e asiática, que constituem uma percentagem importante das exportações alemãs em maquinaria pesada e equipamentos. Mas desta vez a economia chinesa não está a crescer aos índices de 10%, como em 2008 e 2009, mas sim ao índice mais reduzido de 7,3%. Além disso, a China está a promover o desenvolvimento do consumo interno e diminuindo o investimento... Mas o que mais afeta as exportações da Alemanha é o lento crescimento da zona euro, para onde a Alemanha envia 40% das suas exportações.
A desaceleração do comércio está diretamente relacionada com a queda da procura e o aumento do desemprego. O comércio mundial está praticamente estancado desde meados de 2013, desmentindo todos aqueles que anunciavam uma recuperação bem sucedida. Historicamente, sempre o crescimento do comércio mundial era quase o dobro da taxa de variação do PIB mundial. Quando o PIB mundial andava em torno de 3% anuais, o comércio crescia a taxas de 6 e 7%. A desaceleração do comércio é um dos sinais mais claros da fraqueza da economia mundial. E deita por terra toda a ficção da chamada "recuperação".
27 de outubro de 2014
Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net

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