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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Outro jeito de entender Gilberto Freyre

Não dá pra julgar Gilberto Freyre pela "Democracia Racial"; torná-lo um sonegador absoluto dos problemas discriminatórios no Brasil, do latifúndio etc; nem se pode negar seus exageros, quase poéticos, da colonização portuguesa no Brasil.


Um estudante precisa aprender a se desvincular de pre-juízos para que consiga contrastar pensamentos; um ativista político precisa rever os conceitos de seu grupo,também evitar pre-juízos impostos como verdadeiros slogans que pegam.

A democracia racial tem seu lado positivo; Freyre teve uma preocupação intensa com o racismo, até mesmo por ter sido aluno de Franz Boas, o antropólogo norte-americano ícone na desconstrução de teses pseudo-científicas a justificarem a existência e a superioridade de raças. Em 1940 em plena II Guerra Mundial profere no seu sobrado em Apipucos o ensaio Uma Cultura Ameaçada onde levanta os perigos representados pelo imperialismo germânico a colocarem nossa formação histórico-social como degradada pela miscigenação, o que ele, Freyre vai usar como a marca mais importante. Neste ensaio, em meio da rave crise, idolatra figura do português, o bravo colonizador que coloniza mais absorve a cultura do outro; é claro que existem todos os exageros, mas a importância contrabalança.

Portanto, por que o Movimento Negro não ler Gilberto Freyre, porque alguém levantou preconceituosamente a democracia racial como uma mentira; como falei tem exageros, mas a questão do peso intelectual de Freyre e sua atuação política mundial contra leis racistas e pelo fato de nunca termos tido leis raciais é um for importante.

Ah, mais com isso o racismo fica na surdina. Admito que tem esse racismo caladinho, mas oque não nega de todo a nossa mistura; e outra coisa pode-se abrir espaço para racismos reversos, todo movimento por liberdade pode se degradar em opressão.

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