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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

RAZÃO X EMOÇÃO

A escritora Esther Guimarães fala sobre o papel dos sentimentos nas decisões



Há momentos na vida em que você oscila entre razão, emoção e a prepotência.

Esses três sentimentos se fazem muito mais presentes em sua trajetória do que você imagina. Está correto se percebê-los em três vertentes, pois é o que realmente são.

Bem, a razão é a primeira, pois ela é aquela que diz quando você deve ir a algum lugar, qual caminho deve percorrer e quais opções são as aparentemente mais seguras e, apesar de não darem uma garantia de 100% de certeza de que esse caminho é o correto, você se sentirá confortável para enfrentar um possível imprevisto em sua trajetória. É obvio que para ter essa confiança você escolheu o caminho e com isso percebeu sua imparcialidade independente da posição em que esteja ocupando no momento. Sejam elas de ordem profissional, social, pessoal ou amorosa. Não importa em qual delas esteja locado no momento, pois em sua maioria recorrerá sempre ao velho bom-senso, ou se preferir a própria razão, como apoio para melhor tomar sua decisão de maneira sensata e com muita coerência. Porém, você não pode se esquecer de todo e o resto e viver só na companhia da razão. Apesar de esta ser uma vertente muito importante, ela não pode ser a única a ditar o seu caminho. Se realmente deseja ter um convívio harmônico na sociedade, penso que você deve manter um espaço para acolher uma companheira além da primeira vertente a emoção. Ela é a segunda dentro da pirâmide que desenhei. Use-a sabiamente, pois a mesma, em  muitos  momentos virá confortá-lo, mostrando que mesmo deixando a companhia da ilustríssima e sensata razão, continuará com seu equilíbrio, e isso só é possível porque você teve o discernimento para receber o acolhimento agradável dos braços da emoção que  conduzira suas decisões com sensações bem peculiares ao se colocar diante dos fatos, dando um outro tom, uma outra forma! Por isso sugiro que se permita ser, nem que seja só um pouquinho, levado pelos sentimentos que falam com você, aconselhando-o a pensar de maneira menos pragmática, mesmo que finja não ouvir os conselhos da sua própria emoção, com receio de se deixar levar por ela e acabar permitindo que ela influencie suas decisões. É por causa desse receio que muitas vezes você faz um esforço imenso para fingir que sua emoção não o envolve. Você é até capaz de mentir para si mesmo com o intuito de provar que é uma pessoa racional e que suas decisões em nada sofrem a influência de outro sentimento além da razão e prefere não ver que com esse pensamento retrógrado você pode impedir que a emoção cumpra sua função em suas colocações. Essa atitude pode sufocá-lo a qualquer momento. Sendo assim, é de bom tom que saiba que essa postura o deixa um tanto vulnerável para enfrentar algumas adversidades em seu cotidiano. É importante ter essas duas vertentes caminhando lado a lado mantendo-as, se possível, inseparáveis! Caso tenha optado em mantê-las unidas significa que ganhou consciência de fato! E essa percepção evitará que você venha padecer com um deslize causado pela ausência da emoção ao lado da razão. E assim como o ser humano sofre com a carência, o mesmo ocorre com a emoção quando é ignorada por você. Saiba que ela representa uma perda bem relevante e que pode levá-lo a um conflito, que mesmo desejando, não consegue enxergar o que está diante de seus olhos, por se encontrar com seus constructos totalmente distorcidos pela ausência da razão, que insiste em afirmar que necessita da presença da emoção!

Espero que não se comporte como um cego e surdo, e permita que ambas caminhem lado a lado, uma complementando as lacunas da outra, levando a homeostase para o seu interior.

E por último, porém não menos importante temos a terceira vertente que se chama prepotência. Essa dispensa qualquer tipo de apresentação e despreza a companhia tanto da razão quanto da emoção e abre seus braços para a soberba, inveja e outros sentimentos negativos, que a acolhem muito bem e de uma forma homogênea, exterminando qualquer possibilidade de convívio harmônico com o outro. 

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