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domingo, 30 de novembro de 2014

Por que vamos às ruas?

Quando pessoas decidem ir para a rua por uma causa praticam, talvez, o mais expressivo dos atos políticos, pelo menos  da época pós-revolução francesa, e digo isso por não ter ainda estudado esse tipo de manifestação nas eras anteriores e só relativamente vejo uma marca  da primeira época mencionada ,tendo em vista que ocorre a organização dos trabalhadores que passam a dar as características mas incisivas dos protestos urbanos nos séculos XIX e XX.

Pós-1968 os protestos de ruas ganharam outra cara, entra em cena a juventude estudantil organizado, a luta por novas liberdades individuais, a cobertura da mídia e na nossa década a presença das redes.

Nós vimos nos últimos cinco anos grandes protestos no mundo árabe, na Turquia, Venezuela, aqui no Brasil, Europa, Estados Unidos México, Hong Kong, China; muitos de jovens e outros de trabalhadores organizados; deste último tipo no Brasil não conseguiu chamar à participação de outros setores depois das grandes mobilizações em 2013, parece que esse tipo foi mais potente na China Continental.

No México os últimos acontecimentos fizeram unir-se as mobilizações de rede "espontâneas" com os Zapatistas do Chiapas que é um tipo de movimento 'consolidado" mas que fora classificado pelo sociólogo Manuel Castells como típicos da "Era da Informação".

Na Europa o sociólogo Zigmunt Bauman diz que as pessoas estão a irem às ruas por que estão vendo a perda do Estado de Bem-estar Social e que é a primeira vez desde os 30 Gloriosos onde as perspectivas dos filhos são de conseguirem menos do que os pais; já para Alain Touraine só indignação não basta, lembrando da conclamação de Hessel, e que agora devemos lutar por direitos universais; para Boaventura de Sousa Santos as pessoas sempre foram para as ruas quando sentiram necessidade e que a internet tem um papel apenas circunstancial e que precisamos "democratizar a democracia. Já Manuel Castells coloca um papel decisivo na presença da Rede, para ele hoje se pode vigiar e até em algum caso punir o autor da mensagem na rede mas não a própria mensagem que é compartilhada e gera o desejo de tomar aquilo como causa.

Esta opinião de Castells é o que vemos em casos como o da agente de trânsito que teve a multa paga com dinheiro de "vaquinha" feita por internautas que consideraram aquilo uma injustiça; nós apenas não temos acesso à notícia e discutimos no bar, mas sim podemos fazer a notícia, tomar parte naquilo.

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