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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Como cada lado visualiza o restabelecimento das relações bilaterais

A grande notícia do dia é sem dúvida o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, um momento histórico, desses que só abrem especulações acerca do futuro, início de nova era. Certamente, quando tudo estiver normalizado a nova situação mostrará suas realidades; saberemos muito a respeito do que motivara a decisão por lado das duas partes, enfim, surgirão as teses e os escritos.

Raul Castro em sua alocução ao povo cubano trata o ocorrido com mais uma vitória do "heroico povo cubano frente a grandes perigos, ataques, dificuldades e sacrifícios, é e será fiel aos nossos ideais de independência e justiça social."

Cada parte trata como o feito, além das negociações, sendo baseado mais na responsabilidade pessoal de cada lado.

Em nota a Secretaria da Casa Branca trata a medida como histórica e direcionada a confraternizar o povo cubano. A nota lembra ainda a ligação dos países através da grande população cubana vivendo nos Estados Unidos. Em seguida diz que a política de isolamento não conseguiu o objetivo de "promover a emergência de uma Cuba estável, próspera e democrática"; dizendo que a política causou males aos Estados Unidos e que não impediu que desde 1961 Cuba seja governada pelos Castro´s e pelo Partido Comunista.

Aí os EUA reconhecem um fracasso; a nota segue dizendo que por tudo isso nem um dos lados se viu beneficiado e pede que o regime cubano "liberte o potencial de 11 milhões de cubanos pondo fim a restrições desnecessárias sobre suas atividades políticas, sociais e econômicas. No mesmo espírito, não devemos permitir que as sanções americanas imponham uma carga ainda maior aos cidadãos cubanos a que estamos tentando ajudar".

É uma virada retórica, de fato, histórica; implicando certamente na volta de Cuba à participação das cúpulas continentais com a presença dos Estados Unidos, parece como se um muro tivesse sido derrubado. De fato Cuba vinha, ao lado dos países da América do Sul, principalmente, participando de uma série de novos organismos reginais.

Raul Castro lembra a libertação de três de Los Cinco (Gerardo, Ramón y Antonio); na ilha se usa muito a palavra "volverán", ou seja, voltarão, considerados heróis cubanos. Diz em sua alocução que a decisão ode Obama merece respeito; cada lado segue um pouco.

Castro afirma, na sequência, que o pior ainda se mantêm: "O bloqueio econômico, comercial e financeiro que causa enorme prejuízos humanos e  econômicos para o nosso país deve cessar".

E propõe "ao Governo dos Estados Unidos tomar medidas para melhorar o clima de investimento bilateral e avançar para a normalização das relações entre os nossos países, com base nos princípios do direito internacional e da Carta das Nações Unidas."

Na nota da Casa Branca aparecem pontos como: Facilitação de transações não autorizadas entre os EUA e Cuba, atualização das sanções a Cuba, Início do processo de revisão da designação de Cuba como um Estado patrocinador do terrorismo, Discussão sobre a participação de Cuba na Cúpula das Américas no Panamá 2015.

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