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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O Brasil guardou a concentração de renda para o Século XXI



O Índice de Gini é usado para medir a desigualdade registrada em dada população, quanto mais se aproximar de zero tanto menor a desigualdade registrada. Pelo figura abaixo se visualiza um Curva de Lorenz, onde, a convexidade representa a desigualdade.


No Brasil os registros são feitos a partir da década de 1960 e, exatamente, quando se observa um crescente que somente começaria a decair nos anos 2000. Naquela década o país passa por uma efervescência cultural no sentido de direcionar o país para  transformações estruturais em todas as áreas cruciais: reforma agrária, educação, desenvolvimento regional etc.

Mas o golpe de 1964 expurga as forças políticas e faz com quê se tenha facilitado a concentração de renda, os beneficiários do crescimento econômico verificado, houve uma grande abertura ao comércio internacional a partir de 1968, fica nas mãos de uma pequena parcela não contrastada pelas forças populares que estavam debilitadas, com os sindicatos desmantelados não existia  pressão por participação maior na renda dos assalariados, o que voltaria nos anos 1980; justamente a década onde vem a recessão e a inflação, mecanismo de maior concentração. Isso em 1960, quando a Coreia do Sul, por exemplo, também sob uma ditadura de direita, faz o processo inverso, realizado reforma agrária e investindo pesado em educação.



O Brasil surge para o Mundo europeu em meio a um processo de saque, como sempre foram as colonizações na história da humanidade, embora não compactue com ressarcimentos ou indenizações por colonialismos, penso que o que deve ocorrer é maior presença  das nações em desenvolvimento e que foram colonizadas em organismos internacionais, a aliança delas em organismos próprios e democratizar suas políticas internamente. O Brasil foi se constituindo em grandes assaltos ao longo de sua história: escravidão, encilhamento, Ditadura Militar, Petrobrás etc.

Ainda hoje o país é um dos que mais concentram renda no planeta, apesar de o plano real ter estabilizado a economia e aumentado a participação das massas no consumo; o processo de reversão pode passar pela taxação das grandes fortunas, como salienta Piketty e que faça mais investimentos em educação pública básica. Neste ponto, devemos lembrar que o ensino superior foi outro fator concentrador; a universidade pública até recentemente era usada em essência pelas classes mais abastadas em virtude de para ela a demanda ser mais "inelástica", ou seja indispensável; criando a dualidade de sistemas na educação básica, um sistema público precário usado pelas classes pobres e que não propicia educação de qualidade e um privado restrito mas de qualidade, já que sua demanda era para os que tinham essa inelasticidade para com o ensino superior público.

gini

Portanto, a desconcentração da renda é proporcional ao desentravamento de inúmeros desafios sociais; investir em educação pública básica propicia ampliação de renda, aumenta a participação política dos sujeitos e evita a perpetuação dos patrimonialismos e das gestões fraudulentas nas prefeituras se os avanços forem revertidos em mais demanda social por uso político pró-sociedade da máquina pública.

O Brasil tem o desafio da urbanização precária, devido em grande medida ao não fazimento de reforma agrária na década de 1960, ou mesmo durante a abolição, enfim, são processos do passado mas que precisam ser resolvidos neste século.

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